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Healthtech cria solução inédita de reabilitação virtual com uso de IA

Foto: divulgação

A entrevistada desta semana é a Carla Mousalli, empreendedora, advogada e atleta. Com uma visão orientada à pessoas e processos, se apaixonou pelo mundo do empreendedorismo. Hoje como CEO da LinkFit, pretende conduzir a startup em seu propósito de transformar vidas por meio da saúde e do bem estar, de uma maneira flexível, tecnológica e conectada.

A empresa surgiu no início do último ano por conta da ausência de ferramentas efetivas e eficientes para a prática de atividades físicas e reabilitadoras virtuais. Com o tempo, a empresária foi entendendo as particularidades desse mercado e como ajudar a potencializar sua digitalização. 

A Linkfit está incubada dentro do Hospital Albert Einstein, onde pôde fornecer a rede de contatos e oportunidades de parcerias. Confira essa conversa exclusiva que tive com essa super empreendedora:

Beatriz: Como foi o processo de ideação da LinkFit, teve algo específico que te inspirou? Em qual ano você abriu a empresa? 

Carla: A inspiração em si mesmo para o nosso “carro chefe”, a solução de Inteligência Artificial de Correção do Movimento, surgiu quando vimos pessoas treinando com plataformas generalistas e se lesionando pela ausência de supervisão e orientação adequadas. Bem como das demandas dos profissionais que queriam reduzir custos e escalar o seu trabalho, mas não queriam abrir mão da qualidade e segurança do seu cliente.

Beatriz: A solução é exclusiva no Brasil, correto? Qual seu diferencial competitivo em relação aos concorrentes lá fora?

Carla: Correto! Hoje os nossos principais concorrentes são internacionais. Nosso grande diferencial está na democratização da solução.P or meio de algoritmos proprietários conseguimos realizar análises e correções de movimentos, em tempo real, sem a necessidade de sensores ou hardwares. Apenas com o acesso a uma webcam simples. Bem como conseguimos produzir relatórios personalizados com informações relevantes para os profissionais em relação a efetividade do treino/tratamento de seus clientes.

Beatriz: Quantas pessoas foram impactadas pela solução até o momento? Teria como compartilhar conosco alguns números e dados da melhora da qualidade de vida desses pacientes com o uso da solução?

Carla: Estimamos que até o final de 2021 conseguiremos impactar mais de 50.000 pessoas com a solução. Hoje estamos com 3 estudos clínicos rodando para mensurarmos o real impacto da nossa tecnologia no tratamento/treinamento dessas pessoas. Mas, de forma mais abrangente, o que já conseguimos afirmar é que o telemonitoramento com a correção do movimento em tempo real tem se mostrado bem efetivo para redução de lesões durante a prática de atividades físicas desses usuários.

Beatriz: Qual o valor do investimento total que já receberam e de quem?  

Carla: Até o momento a empresa tem sido bootstrapping. Optamos por construir algoritmos consistentes e parcerias estratégicas para o desenvolvimento de estudos clínicos antes de ir a mercado buscar investimento. Agora, com tudo bem encaminhado, a ideia é nos prepararmos para recebermos, em breve, um aporte.

Beatriz: Qual foi o seu maior desafio na jornada empreendedora?  Tem alguma dica especial para as mulheres que estão ainda na fase da ideação do negócio?

Carla: Eu acredito que o meu maior desafio foi me “desprender” do medo de errar. Enquanto você não entende e assume o erro como parte inerente do negócio, você fica estagnado. E isso pode ser bem perigoso para a sobrevivência de uma startup. No mais, empreender é uma jornada muito solitária e desafiadora como um todo. Ao longo do caminho ela vai te testando de várias formas, e colocando em “xeque” diversas crenças. Se você não tiver muito jogo de cintura e a capacidade de desenvolver rápido novas habilidades no meio do caminho, empreender pode ficar bem insustentável. Por isso, as minhas principais dicas aqui são: seja flexível; aprenda rápido; e deixe o ego de lado. Esses três pontos já te economizariam muitos obstáculos.

Beatriz: Quais os próximos planos da empresa e metas para 2021? 

Carla: Para 2021 pretendemos finalizar os estudos clínicos, aprimorar a acurácia da nossa tecnologia com mais usuários e nos prepararmos para o nosso primeiro aporte. Com o investimento captado pretendemos regulamentar a nossa solução como uma terapia digital para prevenção e reabilitação de dores crônicas e, em seguida, ofertar mais 2 novos serviços para o mercado B2B.

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Jornalista do ecossistema de startups

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