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Empreendedoras se propõem a revolucionar o atendimento de gestantes no Brasil

Foto: divulgação

Cada vez mais pessoas de carreiras executivas ousam se arriscar no universo do empreendedorismo. Duas mulheres e mães, Flavia Deutsch Gotfryd e Paula Crespi, fundaram a healthtech Theia, primeira clínica digital voltada para os cuidados das mulheres gestantes aqui no Brasil.

As fundadoras já trabalhavam em empresas de tecnologia e se conheceram durante um MBA em Stanford, no Estados Unidos.

Em 2019 resolveram se unir para sanar um problema muito antigo: a falta de um olhar holístico para as necessidades físicas e emocionais da mulher durante a gravidez.

O Brasil é o segundo país com maior índice de cesárea do mundo (55%) e no qual estima-se que 1 em cada 4 mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto.

Na Theia, a paciente tem uma jornada desenhada para que ela realize consultas no consultório, ou no aplicativo, com uma grande variedade de médicos e especialistas, que incluem: obstetras, pediatras, nutricionistas, consultoras de amamentação e de sono, psicólogas, fisioterapeutas pélvicas, doulas, entre outros. 

Além disso, as pacientes contam com uma especialista pessoal para tirar dúvidas e montar um plano para a gravidez de acordo com suas necessidades individuais, incluindo conteúdos exclusivos elaborados por médicos e demais especialistas.

Mulheres muitas vezes não possuem suas escolhas respeitadas ou não possuem informações necessárias para fazerem uma escolha consciente.

Em 2019, a Theia foi a empresa liderada por mulheres a receber o maior aporte de Venture Capital da América Latina, com R$ 7 milhões de investimento, da Kaszek Ventures (a mesma empresa que investiu em ideias que se tornaram negócios bilionários como a exemplo da Gympass, Nubank, Loggi e Quinto Andar) e da Maya Capital (fundo liderado por mulheres). 

Durante a pandemia, a empresa quintuplicou a base de usuários. O modelo de negócio no Brasil ainda é novo, mas apontado como uma das grandes promessas para revolucionar o setor de saúde.

Nesta entrevista exclusiva, Flavia Deutsch Gotfryd fala mais sobre os desafios do negócio e perspectivas para os próximos anos.

Qual o maior desafio em criar uma solução de saúde voltada para as gestantes, em um país que não temos o costume de olhar para a paciente de maneira integrativa?

Flavia: Hoje, muitas mulheres vão perceber a necessidade de um cuidado transdisciplinar no meio da gravidez, não entendendo a importância de ter uma equipe que cuida dela de forma integral e integrativa desde o começo da gestação. Assim, existe o desafio de educar o mercado, tanto gestantes como planos de saúde, de como esse olhar que coloca a mulher no centro do cuidado produz melhores resultados de saúde e bem-estar para mãe e bebê.

Quais os diferenciais competitivos da Theia? Mulheres de baixa renda também conseguem encontrar opções de atendimento pela plataforma?

Flavia: A Theia é uma clínica médica moderna, que alavanca tecnologia a favor da saúde da mulher, integrando profissionais de diversas áreas da saúde, como obstetras, psicólogas, doulas, nutricionistas, entre outros, para trabalharem, juntos, na gestão da saúde feminina. Toda mulher, na Theia, tem o acompanhamento de uma especialista pessoal, que pega na mão dessa e a guia pela jornada de saúde desenhada por nós, coordenando o cuidado entre toda a equipe e trabalhando medos e angústias ao longo do processo para essa gestante chegar melhor preparada para o nascimento do bebê. Estamos avaliando formas de tornar mais acessível a plataforma.

A Theia foi a empresa liderada por mulheres a receber o maior aporte de Venture Capital da America Latina, com R$ 7 milhões de investimento, da Kaszek Ventures. Qual estratégia utilizaram para conseguir esse aporte? Vocês contam com uma rede de mulheres parceiras que apoiam a plataforma?

Flavia: O aporte liderado pela Kaszek e Maya Capital foi um reflexo da crença dos investidores no tamanho da oportunidade e no time. Nós já vinhamos do universo de startups, já tínhamos relacionamento com os investidores e outras pessoas chave no mercado, e isso foi muito importante no processo de levantamento de capital. Durante a rodada, fizemos questão de trazer uma mulher investidora anjo para cada homem investidor anjo, e tivemos o privilégio de contar com o apoio e mentoria de mulheres incríveis ao longo da nossa jornada.

Quais as perspectivas da empresa para o próximo ano e do segmento no Brasil?

Flavia: As perspectivas para o próximo ano englobam abertura de novas cidades – hoje os atendimentos presenciais da Theia estão disponíveis apenas na cidade de São Paulo e atendimentos online para todo o país – além da adição de novos serviços em torno do universo da gestação e maternidade. Temos visto muitas empresas no mundo das femtechs nascendo, e que vem de fato trazer soluções tão necessárias para o nosso público.

Que dica você daria para as mulheres que ainda estão na fase de ideação do seu negócio?

Flavia: Que se cerquem das melhores pessoas que conhecem (e também das que não conhecem ainda) e busquem entender como foi o processo de outras pessoas que já passaram por isso.

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Jornalista do ecossistema de startups

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