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Entre seis gerações

Foto: divulgação.

Na atualidade temos convivido com cerca de seis gerações que se diferenciam muito mais do que somente pela idade. Cada geração é marcada por características que as definem, generalidades que são comuns a maioria dos integrantes dessa geração.

No campo dessas características podemos dizer que são bem distintas e acarretam em determinadas predominâncias culturais que marcaram suas eras e que embasam suas ações, gostos e preferências.

Para os negócios, é importante ter ciência de que a expectativa de vida aumentou consideravelmente nos últimos anos, ou seja, a população está vivendo mais e com isso muitos comportamentos, culturas e pensamentos tendenciosos norteiam o tão temido e estudado comportamento do consumidor.

É importante e também bastante desafiador conhecer e reconhecer que estamos vagando em um território incrivelmente plural em todos os sentidos e não seria diferente quando o assunto é engajamento e interação com sua marca, produto ou serviço.

Os veteranos, 1920-1945, são marcados pela lealdade, pelas relações duradouras e sólidas. Contudo, embora sejam fiéis escudeiros de suas relações sejam elas com seus queridos ou com suas preferências, são absolutamente resistentes a inovação.

Já os chamados Baby Bombers, 1946-1965, experimentaram a revolução industrial e se tornaram os primeiros workaholics, obcecados por trabalho, porém mantiveram-se desconfortáveis com as mudanças. Muito embora ainda um tanto tradicionalistas, essa geração é marcada pelo idealismo, pelas lutas aos direitos civis e políticos e também pelo incrível direito de ouvir um bom Rock in Roll, ser jovem, muito embora a juventude buscava estabilidade na carreira e inovação tecnológica.

Em seguida a geração X começa a ser inserida no mundo, 1966-1979, viveram a experiência do inicio dos movimentos LGBTQ+, a epidemia de AIDS, a luta em um cenário marcado pela instabilidade sócio cultural. Buscam valorizar méritos, vivenciar experiências e possuem um raciocínio linear e introduziram a tecnologia iniciada pela sua percussora.

A geração Y, ou os Millenials, 1980-2000, possuem características muito especiais, pois foram os únicos que acompanharam a revolução tecnológica desde pequenos. Se conectaram desde cedo com o mundo digital e aprenderam na raça como incorporar em seu cotidiano as novas tecnologias, conseguindo, assim, desenvolver competências diferentes das gerações anteriores

Com isso se tornaram multitarefas, com pensamento em teia, buscam prazer no trabalho, consideram a competência melhor do que experiência. 

A geração Z, 2000 a 2010, é motivo de reflexão por conta do seu comportamento individualista e de certa forma antissocial.

Os jovens da Geração Z apresentam um perfil mais imediatista. Querem tudo para agora e não têm paciência com os mais velhos quando estes precisam de ajuda com algum equipamento eletrônico ou algum novo recurso da informática.

Estes jovens, às vezes, representam sérios problemas no mercado de trabalho, quando é exigido habilidades para se trabalhar em equipe. O trabalho coletivo demanda respeito e tolerância, virtudes em escassez nos jovens da Geração Z. Prezam pela inovação e velocidade e são de certa forma intolerantes com a frustração.

E enfim, os mais novinhos da lista, os que nasceram após 2010. É uma geração que não está totalmente definida inclusive está temporariamente batizada como Geração Alfa. 

Ainda não tem característica precisa. O que se sabe é que nunca uma geração teve tanto acesso à informação e educação como esta.

Mas claro que existem coisas que nunca mudam, e que se mantem não importa a geração: cliente é cliente e quer estar satisfeito. Pessoas são pessoas e querem ser felizes. O que muda é que isso acontece de forma diferente de pessoa para pessoa.

Ter a clareza de que existem diferentes públicos convivendo em uma sociedade composta por tantas características distintas pode até ser desesperador, mas para que se atinja o ponto de contato ou de conexão com seu público é fundamental que se saiba como e onde se destacar para ser notado.

Para produtos estabelecer seu público alvo, é ter a certeza de que tem o produto certo para o tipo de pessoa que deseja impactar e conhecer as faixas e as gerações envolvidas no contexto que estamos vivendo nos dará a dianteira certa para o resultado.

Para os marketeiros, sem dúvidas, a relevância dos estudos relacionais e das conexões que precisam fazer sentido tem sido utilizada tanto nas ações off como nas ações online. Saber onde seu público está é a maior probabilidade de encontrá-lo.

Para os profissionais de RH torna-se ainda mais interessante a questão. Com a análise das gerações é possível tornar a gestão ainda mais estratégica possibilitando a realização de ações de forma mais assertiva como, por exemplo, realizar algo que desenvolva fatores motivacionais, desenvolver programas de incentivos que motivem a produtividade, bons comportamentos e promovam um maior envolvimento.

Para gestores é extremamente importante entender a classificação de gerações para lidar com a ansiedade e interesses de cada uma delas. Os gestores que puderem identificar mais facilmente os diferentes fatores motivacionais que variam de geração para geração, estarão bem mais aptos para recrutar e reter os melhores candidatos e talentos da empresa. 

Por fim o conflito entre gerações reside em sua maioria as memorias afetivas. Ou seja, as pessoas de alguma maneira precisam de coisas palpáveis e reais, as quais possam se identificar, recordar, reviver ou experimentar. E mesmo que a tecnologia seja quase o meio de vida atual, as pessoas ainda necessitam de pessoas, de se sentirem gente como a gente, de contato, de socialização e de causas reais as quais lutarem.

Com a pandemia isso ficou ainda mais latente.

Portanto não é porque houve uma explosão tecnológica que todo o resto perdeu seu valor, ainda é preciso mirar o alvo certo com as ferramentas adequadas para se atingir o que se espera.

Por exemplo, saber que a geração Baby Bombers tem mais estabilidade e mais poder de compra traz um novo olhar para esse público. Assim como os geração Z e os alfas estão absolutamente conectados ao mundo digital, no qual por suas telas querem tudo a disposição, mas nem sempre poderão comprar.

Investir nas análises comportamentais, é tendência tanto que já existem muitos softwares que contemplam esse tipo de mapeamento, afinal esses controles podem ser bastante complexos.

Até mesmo nas redes socias é preciso ter olhos voltados para qual delas tem mais efeito sob quem busca.

O que é fato é que invariavelmente precisamos de consumo e sempre precisaremos de quem consuma, por isso traçar objetivos claros e em seguida mirar no conjunto de ações que correspondem com quem deve responder a ação é o ponto chave.

Em suma, dar chance aos aspectos não tão óbvios, conhecer as filosofias disponíveis, estudos de comportamento humano e investir nos recursos disponíveis farão com que a gestão seja personalizada, efetiva e isso refletirá no sucesso desde as relações duradouras até o resultado financeiro.

Ter seis gerações para administrar pode ser complexo, mas é possível, basta direcionar o foco ao que deseja atingir: mire o alvo, otimize as ações e colha os frutos!

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Diretora comercial e marketing do Grupo Linear

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