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ESG: como sua empresa pode implementar ações mais assertivas

Foto: Alex Miranda.

Do inglês Enviromental, Social e Governance, o ESG se traduz no português: Meio Ambiente, Social e Governança, mas o significado é o que na verdade é o enfoque.

A preocupação com a sustentabilidade no meio corporativo rompe as paredes dos escritórios ou dos parques fabris, ou seja, há muito mais coisa envolvida na amplitude do tema ESG.

Há pouco tempo quem falava de sustentabilidade era facilmente chamado de “ecochato”, no entanto, o tema não só tomou conta das pautas da atualidade como há empresas de capital aberto sendo remuneradas por abordarem de forma robusta e sistemática o tema em questão.

Hoje, a cada US$3 investidos em ações US$1 é investido em ativos ligados à sustentabilidade nas principais bolsas de valores do mundo.

Além disso, credibiliza governos que investem tempo e dinheiro no tema, assim como em ações voltadas à sustentabilidade apresentadas nas COP-27, maior encontro mundial sobre mudanças climáticas, que acontece desde 1995.

A última edição, que aconteceu em novembro do ano passado, reuniu governantes do mundo todo para discutirem ações voltadas à descarbonização e energias renováveis em detrimento do aquecimento global e sob a mira de até 2050 migrar a geração de energia para fontes limpas, assim como a preservação da Amazônia, tema amplamente discutido e aclamado.

Mas, evidentemente que não se restringe apenas a ações de carbono zero, energia circular, fontes sustentáveis e preservação da Amazônia, em discussões governamentais e de grande magnitude.

Acontece que muitos de nós pensamos é que são ações grandes demais para encaixar no nosso pequeno cotidiano, o que é um grande erro.

Implantar ações de ESG não está vinculado a entidades e empresas de grande porte, qualquer frente da sigla pode ser implantada em empresas de qualquer porte.

O conceito de ESG surgiu em 2004 para integrar abertura de capitais de empresas, no entanto, hoje ocupa o ranking dos principais sites de buscas na internet e passou a ser considerado como bem para a humanidade.

Em 2022 fui convidada a desenvolver o ESG na empresa em que trabalho, e surpreendentemente, me dei conta que diversas ações que já compunham o tema já eram executadas, porém, não contabilizadas de forma regular e ordenada.

Por isso, resolvi escrever sobre o tema e contar um pouco desse processo para desmitificar e descomplicar o tema em empresas de menor porte.

Contextualizando a sigla, é necessário entender que qualquer negócio que possa responder as perguntas a seguir tem total capacidade de desenvolver ações sustentável nos segmentos ambiental, social e de governança. São elas:

  • E: Como a empresa analisa, lida ou regula seu impacto no meio ambiente?
  • S: Como ela se relaciona com seus parceiros, colaboradores e com a sociedade?
  • G: Como é o relacionamento com os acionistas, a gestão de riscos, a ética, a transparência, o planejamento de longo prazo? Como é a composição do conselho de administração?

Sobre as ações que envolvem o E, ambiental ou meio ambiente, é necessário mapear todos os processos da empresa, entender como cada produto entra e sai de sua empresa, qual destinos dos resíduos e se há destinação correta.

Outro ponto importante é impor melhorias nesse estudo de processos, entendendo e tendo o tema em questão em pauta, sugerindo melhorias em todas as etapas, na gestão dos resíduos e no reaproveitamento produtivo para menor geração de lixo e economia de água e energia.

Podem ser considerados investimentos, como a energia fotovoltaica – o que além de gerar economia de energia com fonte sustentável, pode proporcionar maior conforto térmico até em parques fabris (chão de fábrica).

Optar por identificação de risco, descarte do lixo produzido, assim como a conscientização de colaboradores e fornecedores também fazem parte do processo.

Optar por materiais gráficos recicláveis, venda de sucata, coleta seletiva do lixo comum são ações simples de baixo investimento que podem ser implantadas quase que imediatamente.

Sobre os impactos na sociedade, outra letra da sigla igualmente importante, é ter o enfoque no relacionamento com a sociedade como um todo.

Ações que favoreçam o ambiente ao colaborador, como um bom plano de benefícios que incluem liberdade de expressão, composição de quadro de colaboradores que contempla etnias distintas e equidade de gênero.

Além disso, a valorização do indivíduo em datas comemorativas, em feriados religiosos e ações sociais que incentivem-no a fazer o bem são coisas simples que que estão em total conformidade com que preza o S de social.

Há que se contemplar também o relacionamento ético com os parceiros e fornecedores, e evidentemente, entregar mais que produtos aos seus clientes.

Entregar algo mais em prol da saúde e bem estar da sociedade faz total diferença e pode, além de consumidores, colecionar fãs para sua marca como consequência.

Quanto ao G de governança, tema bastante desconhecido em empresas menores, nada mais é que um conjunto de regras e estatutos que compõem a operação como um todo.

O grande erro das organizações menos robustas é não documentar os processos e procedimentos, assim como o conjunto de regras, regimento interno, código de conduta e, principalmente, as alçadas e autonomias.

Obviamente que aqui a regra do jogo não existe molde certo ou errado, mas a delimitação do que funciona para seu negócio de forma documentada sempre traz mais segurança para os acionistas, sócios e também para todo aquele que se relaciona com sua empresa.

Nada mais é do que a somatória de tudo que vimos e vivemos. Para os acionistas ou sócios em empresas limitadas é importante também uma análise minuciosa do contrato social, ou seja, aquilo que garante uma igualdade de poderes ou não quando se fala em dissolução de uma sociedade constituída.

Assim, se bem analisado o conjunto de matérias ali definidas, em caso de fatalidades, de dissoluções ou até de vendas de ações parciais, podem ser preservadas e submetidas à sucessão sem maiores danos ao negócio.

Portanto, muito além de um tema que ocupa as pautas corporativas ou o mercado de ativos, o ESG é de grande importância para quem almeja um crescimento sustentável para o negócio com segurança, transparência e gerenciamento de risco em vários âmbitos.

Além, claro, de oferecer a seus stakeholders uma total capacidade de interagir com seus interesses, pelo simples fato de conhecê-los.

Então, não espere. É possível fazer a diferença agora e o ESG é a ferramenta mais eficaz para isso. E como última dica, se é complicado para seu negócio, se não há forma de desenvolver com os recursos que possui, há muitas startups que já têm contribuído sobre o tema e que podem ajudar.

É o novo capitalismo, o capitalismo dos stakeholders, ou seja, visa os interesses de todas as relações de uma empresa: quem não se adequar, certamente ficará para trás.

Quando acharmos que as empresas e os conselhos não estão produzindo divulgações sobre sustentabilidade eficazes, ou implementando estruturas para gerenciar essas questões, vamos responsabilizar os membros dos conselhos”, destaca Larry Fink, CEO Black Rock.

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Diretora comercial e marketing do Grupo Linear

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