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Os homens ainda são a maioria

Foto: divulgação.

Recentemente estive em um evento na cidade de São Paulo e me surpreendi quando uma colega que estava me acompanhando me diz: “Nossa, que evento masculino, não?”. Pois bem, ao levantar a cabeça e num panorama do olhar, de fato, vi muitos homens, ostentando seus ternos com majoritariedade naquele lugar.

Incrível pensar que nós mulheres ainda somos minoria no mundo corporativo mundial. Mesmo eu sendo líder há mais de 20 anos e ter assumido esse posto ainda jovem, vejo que os homens ainda são a maioria no que diz respeito à representatividade no mundo dos negócios e na política.

Não sou adepta aos movimentos feministas, nem polêmica sobre temas que defendam a igualdade de gênero, na verdade penso que toda liberdade de expressão é válida. Mas concordo que fisiologicamente somos diferentes. No entanto, no que diz respeito ao intelecto, entendo que as capacidades intelectuais não só são como podem ser desenvolvidas independentemente de gênero.

No mundo, apenas 31% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, e no Brasil esse número é menor, já conquistamos marcas até maiores do que os homens. Em 2022 chegamos ao 50%, cerca de 5% de crescimento em relação a 2018, quando era 45%. Um grande avanço do nosso país em relação à diversidade e inclusão, no entanto, ainda enfrentamos as barreiras da equidade, discriminação e assédio, principalmente sexual, acumulando uma marca de 57% de mulheres que já sofreram com alguma dessas questões.

Talvez algumas dessas situações sejam responsáveis por desmotivar muitas mulheres a se desafiarem em suas carreiras.

A insegurança em relação à estabilidade também ficou bastante latente após a pandemia da Covid-19; um relato da ONU Mulheres menciona a exacerbada desigualdade em relação aos desligamentos promovidos por ocasião.

Mas a boa notícia é que os incentivos em relação ao tema ESG têm trazido pautas consistentes em relação ao tema inclusão, não rendendo apenas frutos à diversidade de gênero, mas também valorizando outras minorias ora esquecidas, como a etariedade para aumentar a recolocação de pessoas 50+.

Os empresários também deveriam estar mais atentos na hora da contratação de mulheres e pessoas mais velhas – estudos e pesquisas mostram notoriamente a fidelização, estabilidade, maior comprometimento e senso de responsabilidade. Não desprezando os mais jovens, obviamente, que abrilhantam com sua modernidade, energia e pluralidade no pensar.

Ainda vale comentar que claramente precisamos ter em mente que um sistema de cotas de inclusão não pode ser injusto; é preciso preparo, capacitação e dedicação. Tudo que for ao contrário disso, é protecionismo – não igualdade.

E quando o tema é igualdade, é preciso fazer jus a ela, afinal, é de igual para igual. Já escrevi algumas vezes sobre mulheres, em diversos contextos, no entanto, dessa vez ressalto que, por experiência própria, não vale a pena ficar lamentando. É preciso seguir em frente em busca do que se anseia. Barreiras existem em qualquer área da vida, seja você homem ou mulher.

Mas o meu propósito quando, mais uma vez, resolvi escrever sobre o tema, é na verdade fazer alguns apelos:

– Mulheres, avante, não se intimidem, mostrem que podem tudo o que querem, idealizam e sonham.

– Homens, precisamos de vocês. Mas deixem o brilho feminino ocupar lugar. Seguramente ninguém será ofuscado.

– Mundo corporativo, por mais políticas claras e consistentes, oportunizando ambientes que favoreçam a diversidade e equidade.

Por favor, por mais eventos em que, entre homens e mulheres, ninguém vença.

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Diretora comercial e marketing do Grupo Linear

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