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Eu saí pela porta da frente

Foto: divulgação.

Você já deve ter ouvido ao menos uma vez na sua carreira que, ao abrir mão de uma vaga ou de um cargo durante a sua carreira profissional, tente sair pela porta da frente da empresa que lhe proporcionou essa experiência.

Nem sempre é fácil, sejamos justos. Não é todo mundo que se adequa, nem todo lugar foi feito pra gente, nem toda empresa tem o clima bom que gostaríamos de vivenciar.

Mas eu gostaria de compartilhar que sim, pude sair pela porta da frente. Se você me acompanha aqui sabe que antes de entrar para o universo da inovação, mais especificamente das fintechs, fui advogado. Aquela carreira clássica e promissora era o que eu imaginava ter até me apaixonar por tecnologia.

E foi justamente no início da minha trajetória como advogado que tive uma oportunidade incrível na minha carreira, da qual resolvi abrir mão. Não espere aqui uma história de superação de um ambiente desmotivador, porque o que encontrei foi o contrário.

Quando comecei minha carreira, ainda como estagiário de direito na maior banca de advocacia empresarial de Blumenau, tive a oportunidade de vivenciar experiências valiosas que vou levar pelo resto da vida. Foi lá que me conduziram a ser um advogado. Aprendi muito com meus gestores dessa época, verdadeiros empreendedores, até que percebi que queria ter um negócio próprio.

Resolvi sair do escritório para viver a experiência de ter meu próprio escritório. Poderia ter vivenciado um momento de tensão, levando ou causando algum tipo de mágoa para o resto da carreira com a minha decisão de saída, porém foi muito diferente disso.

Quando pedi desligamento desse escritório, saí pela porta da frente. Grato pela oportunidade, algo que tentei deixar o mais claro possível para meus gestores da época, cheio de aprendizado, consciente de que sempre procurei dar o meu melhor e que ter tido uma relação transparente na hora de começar e encerrar este ciclo foi crucial.

Depois disso, o resto é história: abri e toquei o meu escritório, me aproximei do universo de tecnologia através de alguns clientes, tornei-me sócio da PagueVeloz e atualmente sou executivo da empresa, que foi adquirida pelo Serasa no ano passado.

Mas sabe o que me fez retomar essa experiência, lá no início da minha carreira? Recentemente fui convidado pelos meus antigos chefes do escritório de advocacia a compor o conselho de administração do escritório de direito empresarial, ocupando uma cadeira onde opino pela minha experiência como empreendedor.

Quando voltei para este lugar, para uma reunião, senti uma nostalgia muito positiva: passei pela portaria e cumprimentei o zelador (ainda é o mesmo senhor de 13 anos atrás), que me reconheceu lá da época de estagiário, reencontrei colegas e celebrei com eles as suas conquistas.

Depois de começar e encerrar um ciclo e sair dele pela porta da frente, deixando oportunidades abertas, retorno ao Hess & Arend Advogados como conselheiro.

Volto para o mesmo local que me viu dar os primeiros passos e tanto contribuiu na minha formação como profissional, com a gratidão do reconhecimento e com várias certezas: o mercado cobra as nossas decisões e atitudes, e o preço não é barato, mas também recompensa a nossa dedicação, transparência e esforço trazendo relacionamentos verdadeiros e perpétuos para a nossa jornada.

Se você está pensando em sair do seu trabalho, independente do motivo, vale pensar: qual a melhor forma para sair pela porta da frente? Faça isso por você, não pelos outros! Faça pela sua consciência e pelo seu futuro. Hoje você dá, amanhã recebe. Cuidado com as voltas que o mundo dá.

Leia outras colunas do Nilton Spengler Neto aqui.

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Diretor de operações da PagueVeloz

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