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Desconexão entre vida pessoal e profissional nos trará consequências profundas

Foto: divulgação.

Em toda minha trajetória aprendi a olhar meus colaboradores além das atividades que exercem. Nunca acreditei que fosse possível exercer o tal: “os problemas pessoais ficam lá fora”! Somos seres humanos únicos e incapazes de nos fragmentarmos em pedaços de nós mesmos para atuar seja onde for. 

Da mesma forma que não é possível chegar em casa e desligar a mente dos desafios enfrentados no dia de trabalho, também é injusto querer que qualquer colaborador desconecte-se da morte de um pai, da gripe de um filho, da noite mal dormida, do TCC na faculdade ou do fim de um namoro. 

Cada vez mais as expectativas dos profissionais estão vinculadas a demandas familiares e conquistas que impactam na vida pessoal. 

Não é romantismo barato pensar em qualidade de vida, flexibilidade de horário, cuidados com as emoções das pessoas que trabalham conosco. 

No meu dia a dia, costumo reservar em torno de 30% do meu tempo para me conectar com as pessoas que trabalham comigo. Enquanto gestora e apaixonada por gente é meu dever ter um olhar atento às emoções que movem meus colaboradores. 

Nenhuma emoção é intencional. Os desafios que estamos enfrentando ao longo dos últimos anos em termos de relações pessoais é gigante e isso inclui as relações com nós mesmos. 

Estamos sendo condicionados a trabalhar cada vez mais, buscar conhecimento desenfreadamente e colocá-lo em prática antes que a atualidade desse conhecimento seja submergida. 

Cuidar da saúde, treinar, comer bem, economizar, investir, ter uma ampla rede de networking são sinônimos de alta performance profissional e não mais de questões pessoais. Família, pais, filhos e tempo de qualidade consigo mesmo são priorizados quando todo o resto já estiver em ordem. 

Somos cobrados para uma produção em larga escala a uma velocidade não calculável. Há 25 anos atrás, quando comecei minha carreira profissional, não era diferente, porém existia menos velocidade na informação, o que nos dava mais tempo para acomodar as mudanças, errar e acertar. Ao tempo que gerava mais solidez nas nossas emoções e ações. 

Estamos frágeis! 

Nossos jovens estão frágeis e os mais velhos estão fragilizados por não entenderem qual o lugar deles nesse novo mundo. Precisamos nos solidarizar com as gerações que estão vindo. Não cobrando menos, mas apoiando mais. 

Ao invés de compararmos nossos feitos, compartilhar nossa experiência e aceitar a deles, lembrando que somos todos seres humanos que temos vida após o expediente e expediente após a vida e ambos se cruzando instantaneamente.

Leia outras colunas da Sheyla Patrícia Pereira clicando aqui.

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Sócia e diretora executiva Father Estratégias Internacionais.

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