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The great resignation

Foto: divulgação.

O termo trazido do EUA tem nome próprio no Brasil e já faz parte da realidade de muitos negócios. 

Mesmo que o RH ou a liderança ainda não tenha percebido, a tendência já é realidade em micros e grandes empresas.

A grande renúncia, como é hoje conhecida esta onda de pedidos de demissão, foi um dos grandes impactos trazidos pela pandemia. Me assusta pensar quantas mudanças ainda iremos enfrentar advindas do que vivemos no ano de 2020.

Duas fortes razões se destacam entre os motivos da decisão de pedir demissão nessa onda também traduzida como “a grande debandada”.

Um aumento incalculável de informações advindas da internet e de mídias sociais que vendem um mundo perfeito, dinâmico e cheio de oportunidades, levam os profissionais a repensarem constantemente o momento presente.

Profissionais recém chegados ao mercado de trabalho consumidos pelo anseio de “como seria” se tivesse outro salário, o projeto do amigo publicado na rede social, a forma de trabalho home office, o cargo, os benefícios, o escorregador no meio do expediente ou o cenário perfeito para fotos que geram likes.

A busca por aprovação, admiração e reconhecimento trazem uma insatisfação constante que não tem sido possível para as empresas suprir.

Outro importante fator é a pressão que os profissionais têm vivido no mercado de trabalho. Aqui independente, da idade e do tempo de carreira, o mundo tem pressionado a entregas perfeitas, lucros maiores, resultados positivos e uma superação constante de performance.

Esse movimento de entrega ao trabalho em tempo integral não é saudável e os profissionais não estão encontrando o equilíbrio. Ao chegar em casa optam pela pílula do sono e ao chegar no trabalho a pílula da felicidade. Sentem como se estivessem presos a céu aberto e não encontram a saída. Com isso, se “debandam” ou sucumbem ao grito de socorro encorajando-se em um pedido de demissão.

Certos entre errados e errados entre certos, não há como culpá-los! Os que julgam também estão buscando a saída.

Olhar para o movimento “The Great Resignation” precisa ser um ato de coragem e auto-análise. Tenho sido suficientemente empático com o outro? Estou atento as mudanças do comportamento humano e o impacto no mercado de trabalho? Olho com atenção aos sentimetnos do meu time? Tenho, enquanto empresa, estado atento as mudanças necessárias para possibilitar um ambiente saudável ao meu colaborador? Ao meu colega ao lado?

De um lado o movimento levanta uma onda de jovens revoltados que utilizam o pedido de demissão como uma forma de expressar o poder sobre si mesmos. Abordando o tema como modismo e se aproveitando da onda como forma de chamar atenção. Cobrando oportunidade, porém enxergando a oportunidade como pressão.

Porém, por outro lado não seria viável olhar para essa tendência como uma “white flag”? Um grito ao mundo para desacelerar por que em pouco tempo o ser humano que não gritar por sua resignação vai enlouquecer?

Aos resignados, meu respeito! Aos resignantes: repensam a aceleração do mundo!

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Sócia e diretora executiva Father Estratégias Internacionais.

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