A coluna do mês é dedicada a todas as mulheres, do presente e do passado, e em especial da região em Blumenau.
É nítido o avanço das conquistas do justo direito das últimas décadas. Para quem assim como eu, gosta de história, percebe o quanto os homens tiveram destaque nos momentos mais célebres de suas épocas, mas esquece-se que em grande parte dos casos, eles foram apoiados por mulheres de fibra e de coragem.
E é nesse sentido que tentaremos exaltar mulheres que estiveram à frente de seu tempo, foram revolucionárias e inovadoras e hoje servem de grande inspiração para todos nós.
ELKE HERING
Nascida em Blumenau em 10/08/1940. Aos 15 anos, foi para a Alemanha estudar arte e voltou transformada: roupas pretas, independência e rebeldia. Auxiliou Lorenz Helimair a pintar os vitrais da Catedral São Paulo Apóstolo e trabalhou com esculturas dos mais diferentes materiais: do bronze ao cristal. Uma das obras mais conhecidas é o colete espacial que por muitos anos ficou exposto no cruzamento entre Alameda Rio Brancos e XV de Novembro. Elke morreu em 1994, vítima de um câncer.
ROSE GAERTNER
A primeira atriz de Blumenau, nasceu em 12/05/1844, na Alemanha, e chegou aqui em 1859. Apaixonada pelo teatro, começou com pequenas peças improvisadas nas residências. Em 1870 consegue o primeiro palco na sociedade de atiradores (atual clube de Tabajara). Com muito esforço construiu o Teatro Frohsinn (atual Celesc), na rua das Palmeiras, inaugurado em 1896, o primeiro da cidade. Enviuvou cedo tendo que criar sozinha ao menos 4 dos 8 filhos, entre eles, Edith Gaertner. Ainda cuidava de um negócio e da agência da CIA Fluvial de navegação. Faleceu em 1.900 devido a um câncer estomacal.
MARTHA KUNZMANN
O “Anjo Branco” como ficou carinhosamente conhecida, trabalhou como parteira da casa das irmãs (localizada à época em uma transversal da rua Amazonas) de 1937 à 1961 e percorreu centenas de quilômetros em sua bicicleta (furtada em 2004) para atendimentos de saúde, espirituais e de caridade sem distinção de crença religiosa. Estima-se que ela tenha feito 1/5 dos partos no vale do Itajaí.
ADELINA HESS DE SOUZA
No segmento do empreendedorismo é impossível não homenagear a mulher que fez de vários rolos de tecidos de seda encalhados, comprados por impulso pelo seu esposo Duda, uma gigante grife de camisas sociais chamada Dudalina que chegou a ser avaliada em R$ 1 bilhão e incorporada em 2014 à Restoque. Adelina e Duda tiveram 16 filhos.
URDA KLIEGER
Dentre tantas mulheres inspiradoras que já se foram, a escritora blumenauense ainda é pura energia. Urda escreveu 25 livros e ainda quer lançar outros tantos. Tornou-se imortal da Academia Catarinense de Letras e a crônica “Por causa do Papai Noel” virou curta-metragem recebendo vários prêmios em 40 festivais, três deles internacionais. Com mais de 50 anos subiu na Garupa da moto de um amigo e foi conhecer a América do Sul.