Em 1961, a revista Blumenau em Cadernos publicava um artigo sobre as lembranças de paisagens e pessoas do imigrante Otto Guenther Stange.
A certa altura do relato, lê-se: “Nos fundos destas duas casas, para o lado do caminho da balsa, anda a passos lentos de um lado para o outro fumando seu cachimbão, o Dr. Todt, movimentando-se para melhor digestão de seu almoço – um prato de rins de porcos, assados”.
Até aí, tudo certo, se não pelo fato de que TODT em sua tradução, significa MORTE. Tínhamos então o Dr. Morte morando em Blumenau? Um curioso nome para um médico!
Em 2014, o assunto voltou à tona. Quando mais pessoas, principalmente interessados por sua genealogia, começaram a fazer pesquisas para entender melhor quem foi o Dr. TODT.
Foi então que identificaram o erro, na verdade era o Dr. DODT, sim, uma troca de letras na hora da escrita. Dr. Gustav Ludwig Wilhelm Dodt e nem médico ele era.
Natural da Alemanha, mas brasileiro por naturalização. Ele era doutor em Filosofia e engenheiro em serviço do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Trabalhou para a construção de linhas telegráficas e foi um dos maiores folcloristas do Brasil.
Por muitos anos ele morou e prestou serviços no Maranhão e no Rio de Janeiro, morreu em 1904, aos 73 anos, já em Blumenau, onde morava sozinho pois sua família não se adaptou ao clima da região. Está sepultado aqui, “do modo mais modesto possível” conforme ele mesmo solicitou em seu testamento.
Conteúdo retirado da revista Blumenau em Cadernos, edição de set/out de 2020. Página 88.