O fim de ano enseja reflexões importantes que alcançam também o futuro do mercado de comunicação e de relações públicas.
Buscar entender como serão os próximos passos desses segmentos, por sua vez, torna-se ainda mais crucial quando consideramos o cenário de mudança disruptivas vivido por agência e que não se limitam ao avanço de novas tecnologias: estamos falando, sobretudo, de uma transformação nas dinâmicas de consumo de conteúdo e nas relações entre marcas, consumidores e a mídia.
Dentro desse contexto, é importante frisar, antes de tudo, que assessoria de imprensa e relações públicas, embora sejam áreas irmãs que nascem no universo da comunicação no início do século XX, não se tratam de sinônimos.
A assessoria, de modo bem objetivo, faz parte de um entre os diversos caminhos possíveis para a consolidação do posicionamento de uma marca, para o fortalecimento de sua reputação e conexão com públicos-alvo. É uma das ações dentro do contexto das Relações Públicas.
Seguindo essa linha de raciocínio, a assessoria de imprensa – sobretudo se levarmos em conta a saturação das redações e o crescimento de canais alternativos de mídia – não pode se limitar às práticas padrão do envio de press releases, artigos e pitchs para os grandes (e cada vez mais escassos) veículos.
Sobre esse ponto, dados recentes do Anuário da Comunicação Corporativa da Mega Brasil apontam que mais de 760 mil releases são enviados mensalmente apenas pelas agências participantes do estudo. É um volume imenso diante de um número limitado de redações tradicionais, muitas delas reduzidas em tamanho e sobrecarregadas com demandas crescentes.
Mas como sair dessa encruzilhada? Sem dúvidas, essa é uma questão que tem preocupado profissionais de comunicação, mas também se coloca como uma oportunidade de mudança de chave para que os profissionais da área adotem uma abordagem mais holística, integrada e estratégica, que vai além de um “feijão com arroz” que limita o potencial criativo de agências e os resultados de reputação de uma marca.
Nessa jornada de construção e de reinvenção, a aposta em veículos segmentados, regionais ou de nicho é uma alternativa não só inteligente, mas que, com frequência, gera maior impacto em públicos específicos. Além disso, a integração com canais digitais e redes sociais tornou-se indispensável para garantir relevância e alcance das mensagens.
E, nesse processo de integração, o LinkedIn desponta como uma das plataformas mais assertivas para o posicionamento estratégico de marcas e líderes. Um perfil bem trabalhado de um CEO, que vá além dos interesses corporativos e aborde temas relevantes de mercado, pessoais ou inspiracionais, tende a gerar maior engajamento e conexão com o público. Essa abordagem reforça o conceito de personal branding como uma extensão da estratégia corporativa.
O interesse por líderes que humanizam sua presença nas redes não apenas amplia o alcance das mensagens institucionais, como também fortalece a reputação e aumenta as chances de conversão em negócios – precisamos lembrar sempre que, no contexto comunicacional contemporâneo, essa rota alinha a visão da influência (muitas vezes pessoal, de um executivo ou liderança) com a inserção propriamente dita de uma marca nas mídias digitais e em pautas de interesse midiático.
Finalmente, a digitalização e a inteligência artificial surgem como ferramentas de apoio importantes para que jornalistas e profissionais de PR ampliem sua capacidade analítica, identifiquem tendências e otimizem suas jornadas de produção de conteúdo.
Tudo isso é positivo e abre espaço para que uma agência de Relações Públicas possa se concentrar mais nesse olhar estratégico para o presente, futuro e para a construção de relacionamentos com potenciais clientes.
Só precisamos lembrar que a criatividade, o olhar humano e a capacidade de personalização de um jornalista e dos profissionais de comunicação alinhados com princípios éticos e de checagem, seguem sendo insubstituíveis.
Em suma, o que temos para 2025 em diante é uma perspectiva de integração: de mídias, canais digitais, conteúdos de marca e pessoais, do talento humano e da tecnologia. Com esses alicerces e uma visão de longo prazo voltada para a construção da relevância em um mundo imerso em conteúdo, temos mais chances de abrir novos caminhos de crescimento e de nos reinventar.