O risco de nos atermos às rotinas e ao pragmatismo do “feijão com arroz” é real para qualquer atividade, mas não soa exagero afirmar que assumir uma atitude de comodismo, muitas vezes com a desculpa de que “em time que está ganhando não se mexe”, pode ser especialmente danoso para as áreas de marketing e comunicação.
Basta olharmos, nesse sentido, a profusão de mudanças disruptivas que estes setores vivenciaram e seguem vivenciando, em um curtíssimo espaço de tempo, o inbound se tornou a bola da vez das estratégias de posicionamento; a integração das agendas full service cada vez mais presente; marketing de atenção; influenciadores (micros e macros); mídia programática; o impacto da digitalização e da inteligência artificial generativa…
São tantos novos paradigmas que surgem, se remodelam, perdem e ganham espaço dentro também da dinâmica de mudanças nos perfis, interesses e jornadas de consumo, que a única verdade que parece evidente é a de que não há certezas absolutas no mundo do marketing.
Nesse sentido, embora seja importante azeitar os processos e investir nas estratégias que vem dando certo em uma agência, tentar antecipar tendências e, sobretudo, estimular a criatividade na construção de ações/conteúdos/campanhas que fujam do lugar comum é de crucial relevância para a diferenciação competitiva dentro de um cenário que vê o crescimento – mas também o aumento da concorrência – no setor de comunicação corporativa.
Apenas para citar um exemplo, você pode (e deve), enquanto profissional de marketing, se atentar para as estratégias de SEO de um conteúdo com foco em rankeamento no Google; ou não perder a constância no calendário de postagens dos seus clientes; mas isso é só o básico.
Qual a qualidade dos conteúdos que você posta? Qual a relevância? O elemento que o distingue dos outros? Será que você não está se prendendo a alguma fórmula? Aos velhos calendários de datas comemorativas ou desenvolvendo conteúdos que não retém leitores por falta de profundidade?
E em tese, não há problemas nas fórmulas: o erro é achar que ao repetirmos um formato padrão, sem trazer nosso toque – aquilo que nos distingue – e dar personalidade a uma campanha, estamos oferecendo o melhor para nossos clientes. E, em tempos de ChatGPT, cair nessa armadilha é uma receita que parece infalível para que uma agência ou profissional se torne obsoleto.
Curiosamente, para sairmos do lugar-comum, para realmente pensarmos fora da caixa e não utilizarmos esse conceito como só mais um jargão do mundo corporativo, o caminho não é tão misterioso assim: atualização, abertura para o conhecimento e expansão de horizontes por meio de vias que vão além dos guias mais básicos do marketing.
Um filme, uma peça, um podcast muitas e muitas vezes podem nos trazer insights valiosos e ampliar nosso background como pessoas e profissionais que entendem e estão genuinamente interessados sobre a cultura que nos cerca – e que também circunda nossos leads.
Neste artigo, separei 4 sugestões para quem deseja trilhar rotas mais inovadoras na comunicação e no marketing.
- Mad Men: um olhar para a importância do talento e sobre as mudanças do mercado (Série)
Embora já seja um marco da era de ouro da TV e do streaming, Mad Men oferece um olhar crítico e profundo sobre as transformações do marketing na virada dos anos 1960, a partir de personagens inspirados em muitos dos papas do universo publicitário.
Além de ressaltar a importância da inspiração na construção de campanhas que se tornaram icônicas, a série aborda temas hoje fundamentais para um mercado que busca mais pluralidade, como o machismo, os modelos autocráticos de gestão e a entrada de novas gerações na economia.
- Marketing 5.0: Tecnologia para a humanidade (Livro)
Philip Kotler é indispensável, para dizer o mínimo. E, em seu mais novo livro, o autor aborda a integração entre marketing e tecnologia, como um elo para a potencialização das estratégias de uma agência e também como um caminho para liberar a capacidade de criação humana.
Sem ignorar os desafios, Kotler explora alternativas para que empresas e pessoas superem os riscos e paradigmas da digitalização em prol de mais sustentabilidade, eficiência e geração de valor.
- Quem consegue ser um influenciador? (Filme)
Este filme de 2021 é uma pérola para quem deseja entender o universo dos influenciadores e como a representatividade – enfim – começa a ganhar espaço dentro de um mercado que começa a enxergar a importância da inclusão.
Disponível na Globoplay, o documentário aborda o cotidiano e os desafios de jovens negros que buscam destaque no segmento dos digital influencers.
- The Digital Marketing Podcast (podcast – conteúdo em inglês)
Criado em 2021, esse podcast de tom bastante acessível e informal já se tornou um pequeno clássico para quem deseja acompanhar tendências, entrevistas e os últimos insights sobre marketing digital. Apresentado por Ciaran Rogers, Daniel Rowles e Louise Crossley, os episódios tem, em média, 30 minutos e conta com ouvintes espalhados por todo o mundo.
- Dica adicional: seja você uma referência
Por fim, vale também fugir do padrão “casa de ferreiro, espeto de pau”. Faça da sua agência uma referência. Divulgue conteúdos relevantes nas redes. Crie conexões, invista no marketing digital de sua marca e fortaleça um ecossistema baseado naquilo que você tem de melhor: sua criatividade!
