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A ineficácia das leis de preservação do patrimônio histórico

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Foto: divulgação.

Toda vez que passo na frente de alguns imóveis de Blumenau, esse assunto me vem à cabeça. Vivi esse impasse no início da ideia da construção do Villa do Vale, quando observei um imóvel à venda na Rua Hermann Hering. Leis que deveriam proteger o patrimônio histórico e cultural acabam tendo o efeito contrário, contribuindo para a destruição e abandono de diversos imóveis. Explico.

Diversos casarões, mansões e imóveis tombados – a maioria deles abandonados – despertam o interesse de inúmeros empresários visionários que gostariam de instalar nesses lugares vários tipos de negócio, preservando e utilizando suas características originais. No entanto, a burocracia, especialmente quando envolve o tombamento interno e não apenas externo, repele qualquer interesse.

Com o desincentivo e entraves que afastam a viabilidade comercial, muitos proprietários deixam as construções às traças, quase que em uma vontade inconsciente de que tudo tombe de uma vez para utilizar o terreno para outros fins.

Não estou aqui defendendo que não se deva preservar esses locais. Muito pelo contrário, acredito que as leis, sejam elas estaduais ou municipais, precisam ser revisadas para que protejam e possibilitem nova vida a esses imóveis tão importantes. O que não dá é para tombar apenas por tombar, inviabilizando reformas e o uso adequado.

Aqui no Villa do Vale, por exemplo, uma casa repleta de histórias, construída pelo Sr. Augusto Otte, foi mantida junto à estrutura do hotel, onde hoje funciona o Botic Restaurant & Bar, aberto ao público da cidade.

A simplificação da burocracia e incentivos fiscais para proprietários que desejem restaurar e utilizar os imóveis históricos para fins comerciais ou culturais pode ser o primeiro passo para mudanças.

Cidades como Paraty no Brasil e Cartagena na Colômbia são exemplos de como a revitalização de imóveis históricos pode atrair turismo e investimento, beneficiando a economia local.

Por fim, a preservação do patrimônio histórico não deve ser vista como um obstáculo, mas sim como uma oportunidade para revitalizar áreas urbanas, promover a cultura e impulsionar a economia local. Para isso, é essencial que as leis de preservação sejam revisadas e adaptadas para incentivar a restauração e o uso adequado desses imóveis, garantindo que eles continuem a fazer parte viva da nossa história e sociedade.

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Sócio-fundador do Villa do Vale Boutique Hotel

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