Vivemos em tempos de constantes mudanças, onde o mundo evolui rapidamente e novas tecnologias transformam nossa maneira de viver e trabalhar. Antigamente, a vida era mais simples e linear, baseada no trabalho manual e na produção em massa. As gerações anteriores vivenciaram um mundo onde o conhecimento era transmitido de forma mais lenta e estável, seguindo padrões lógicos e previsíveis. No entanto, hoje nos deparamos com um mundo dinâmico e veloz, impulsionado pela internet e pela rápida disseminação do conhecimento. É essencial compreendermos essas mudanças e nos prepararmos para o futuro das profissões.
A velocidade das transformações é notável. Segundo a curva de duplicação do conhecimento de Buckminster Fuller, o conhecimento do mundo dobra a cada 12 horas. Essa expansão exponencial do conhecimento tem um impacto direto na forma como as empresas operam. Comparativamente, às empresas aéreas levaram 64 anos para atingir 50 milhões de usuários, a televisão levou 22 anos e o jogo Pokemon Go alcançou essa marca em apenas 9 dias. Esses exemplos demonstram a rapidez com que o mundo está mudando e como as empresas precisam se adaptar para sobreviver nesse ambiente altamente dinâmico.
As empresas do futuro precisam ser ágeis e inovadoras. Elas precisam se adaptar rapidamente às mudanças, identificar oportunidades emergentes e se reinventar constantemente. Em vez de serem grandes transatlânticos, é mais vantajoso para as empresas serem como pequenos botes, ágeis e flexíveis. Para alcançar esse nível de agilidade, é necessário criar um ambiente de trabalho que proporcione propósito e sentido aos colaboradores. Além disso, ter bons colegas de trabalho, oferecer flexibilidade de horários e locais de trabalho e apresentar desafios constantes são fatores essenciais para atrair e reter talentos.
Um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2023 revela que o futuro do trabalho será marcado por grandes mudanças. Espera-se que cerca de um quarto dos empregos sofra alterações nos próximos cinco anos. Enquanto 69 milhões de novas vagas serão criadas, outras 87 milhões serão eliminadas. A Inteligência Artificial (IA) terá um papel significativo nesse processo. De acordo com o relatório, 75% das empresas entrevistadas planejam adotar a IA em suas atividades. Acredita-se que a IA possa automatizar tarefas rotineiras, aumentar a eficiência operacional e melhorar a tomada de decisões.
No entanto, o impacto da IA no mercado de trabalho é motivo de debate. A pesquisa revela que 50% das empresas acreditam que a adoção da IA resultará na criação de mais empregos, enquanto 25% acreditam que causará a perda de empregos. A realidade é que a IA não substituirá completamente os seres humanos no ambiente de trabalho. Em vez disso, ela irá complementar e potencializar nossas habilidades, permitindo que nos concentremos em atividades que exigem criatividade, empatia e pensamento crítico. A colaboração entre humanos e máquinas será essencial para impulsionar a produtividade e a inovação.
Olhando para o futuro do trabalho no Brasil, é evidente que enfrentamos desafios significativos. Das 136 milhões de pessoas economicamente ativas no país, apenas 17% possuem um diploma de educação de nível superior ou vocacional. Além disso, apenas 3% dos brasileiros são fluentes em inglês, o que pode limitar as oportunidades em um mundo cada vez mais globalizado.
A taxa de desemprego no Brasil está em torno de 10%, e 23% dos jovens não trabalham nem estudam, sendo a desocupação mais comum entre aqueles com apenas educação básica. Esses dados evidenciam a importância de investir na educação e no desenvolvimento das habilidades necessárias para o futuro do trabalho. É fundamental promover uma educação de qualidade, que desenvolva o pensamento crítico, a criatividade e as habilidades tecnológicas, preparando as novas gerações para as profissões do futuro.
Outro aspecto importante a ser considerado é o uso adequado das telas por crianças e adolescentes. Atualmente, as ferramentas digitais transformaram o cotidiano de várias faixas da população brasileira. No entanto, é preciso utilizar as telas com precaução. Estudos têm demonstrado que o tempo excessivo diante de dispositivos eletrônicos pode ter um impacto negativo no QI e no desenvolvimento cognitivo das crianças. A diminuição das interações intrafamiliares, a perturbação do sono, a superestimulação da atenção, a sub estimulação intelectual e o sedentarismo excessivo são alguns dos fatores que contribuem para esse cenário preocupante.
Por outro lado, o Brasil também apresenta oportunidades no cenário do marketing de influência. O país conta com uma quantidade expressiva de influenciadores digitais, que exercem um papel relevante na sociedade atual. Segundo dados, 67% dos usuários do Instagram no Brasil seguem algum influenciador e 55% já compraram um produto recomendado por eles. O número de influenciadores no país já ultrapassa 500 mil, superando até mesmo a quantidade de engenheiros civis e dentistas. É interessante notar que 76% dos jovens brasileiros têm o desejo de se tornarem influenciadores digitais.
Em resumo, o mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico, e as novas gerações estão se tornando mais exigentes em relação a suas carreiras. O desenvolvimento contínuo é uma responsabilidade compartilhada entre empresa e colaborador, sendo um equilíbrio de 50% de cada. Além disso, é essencial que crianças e adolescentes façam um uso consciente das telas e se engajem em atividades que promovam seu desenvolvimento cognitivo e social.
Devemos explorar o que o ser humano tem de mais especial, como a criatividade, a empatia e o pensamento crítico, combinando essas habilidades com o poder das tecnologias emergentes. Temos muitas oportunidades no mercado brasileiro e global, especialmente nas áreas de tecnologia e lógica. Portanto, cabe a nós aproveitar essas oportunidades, buscar constantemente o aprendizado e construir uma carreira promissora nas profissões do futuro.
Leon C. Megginson disse: “não é a espécie mais forte que sobrevive, nem a mais inteligente, é a que mais se adapta“. Essa frase ressoa profundamente nesse contexto. Estamos diante de um futuro desafiador, mas também repleto de possibilidades. A chave está em nossa capacidade de nos adaptar, aprender e evoluir. O futuro está em nossas mãos, e é nossa responsabilidade moldá-lo de maneira positiva.