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Credit as a Service (CaaS): um aliado na expansão do setor não financeiro

Foto: divulgação.

No final de junho, o Banco Central do Brasil divulgou uma nota para a imprensa afirmando que, em maio deste ano, o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$17 trilhões, aumentando 1,9% no mês. Além disso, o crédito ampliado a empresas atingiu R$5,9 trilhões, um acréscimo de 1,2% no mês, com elevações nos títulos privados de dívida (2,3%) e nos empréstimos externos (2,1%).

Esse aumento relatado da demanda por crédito, em instituições que não participam do setor financeiro, amplia a relevância do Credit as a Service (CaaS) como uma das opções para que esse tipo de empresa tenha a oportunidade de oferecer crédito aos seus clientes.

Na prática, para que serve o CaaS?

Imagine que você é dono de uma empresa e, ao longo de sua trajetória, acumulou um capital expressivo. Paralelo a isso, possui a demanda por crédito de seus colaboradores (ou até mesmo fornecedores), na maioria das vezes em formato de antecipação.

A questão é que, no Brasil, a relação de empréstimo financeiro mediante a cobrança de juros somente é permitida para instituições financeiras reguladas pelo Banco Central. Qualquer exceção a esta regra significaria agiotagem – uma ação criminosa no país.

O Credit as a Service (CaaS) é uma solução para resolver esse entrave. Ele é um serviço inovador que permite que a emissão da Cédula de Crédito Bancário (CCB) seja feita por uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) para qualquer tipo de empresa. Assim, é possível que uma rede de supermercados, ou de móveis e eletrodomésticos, por exemplo, consiga produzir renda a partir de crédito.

Como funciona a análise de risco no CaaS?

Existem três diferentes atores envolvidos na relação do CaaS:

  • a empresa (não financeira) que tem interesse em entrar no mercado de crédito; 
  • a Sociedade de Crédito Direto (SCD), que conta com a permissão do Banco Central para emitir a Cédula de Crédito Bancário (CCB); 
  • e um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). 

O FIDC é uma entidade fundamental para existir a possibilidade de trabalho com CaaS, porque é responsabilidade dele a análise de risco de crédito, de acordo com as suas próprias diretrizes. Além disso, ele é a instituição que vai assumir o risco do empréstimo.

Existem organizações que liberam crédito para usuários negativados a juros maiores e outras que preferem não assumir esse risco. Tudo depende das definições de público-alvo e expectativa de retorno de cada uma delas.

Processos de análise de risco de crédito são essenciais para organizações que procuram oferecer o serviço. Segundo o Serasa, em maio deste ano, a inadimplência no Brasil registrou uma nova queda: a desaceleração é de -1,20% em relação ao mês anterior, o que corresponde a uma diminuição de 884 mil no número de consumidores inadimplentes. No entanto, estão registrados 72,54 milhões de brasileiros em situação de inadimplência, ou seja, 33% da população.

Interesse pelo CaaS

De acordo com um levantamento feito entre os clientes da CashWay, 83% das Sociedades de Crédito Direto (SCDs) atendidas já utilizam ou têm interesse no CaaS, como parte do seu planejamento para atender a demanda de seus clientes pelo serviço de crédito.

Isso porque o serviço chega com ferramentas estratégicas para as empresas que desejam se destacar em um mercado muito competitivo e promete redefinir o modelo de concessão de crédito no cenário financeiro no Brasil.

A infraestrutura tecnológica por trás do CaaS é um papel fundamental no oferecimento do serviço aos clientes. Ela possibilita a automação e personalização do processo de concessão de crédito. Por isso, é de extrema relevância que as empresas interessadas em oferecê-lo contem com uma solução robusta de core bancário, que seja personalizável e passível de ajustes às suas necessidades específicas.

Portanto, tenha muito cuidado na escolha da instituição parceira para iniciar suas atividades com o Credit as a Service. Ela deve agir como um agente impulsionador das suas entregas ao cliente final, oferecendo suporte e segurança, por meio da garantia de regulação de processos junto ao Banco Central do Brasil. Caso contrário, os aborrecimentos podem ser inúmeros.

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Vice-presidente de negócios e fundador da CashWay.

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