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No badalado mundo das fintechs, as de SC também dão exemplo

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Foto: divulgação/StartupSC

Mais uma vez, o setor que concentrou a maior parte dos investimentos em inovação no ano passado foram as fintechs, que receberam ao todo US$ 319,2 milhões, segundo o Inside Venture Capital.

Ainda que a maior parte desse volume tenha sido direcionada para a rodada da Creditas (US$260 milhões), as fintechs estão novamente no topo do ranking.

Que o mercado financeiro é sexy e desperta um interesse natural, isso é sabido. Afinal, é nesse segmento onde circula o dinheiro daqueles que poupam e investem. Onde circulam os projetos e sonhos de empresas e indivíduos. Onde a potência de um país pode ser medida.

Para dinamizar este mercado, em 2013 surgiram as primeiras fintechs do país. Essas são, segundo a Associação Brasileira de Fintechs, empresas que usam tecnologia de forma intensiva para oferecer produtos na área de serviços financeiros de uma forma inovadora, sempre focada na experiência e necessidade do usuário.

A chegada dessas empresas chacoalhou o mercado e acendeu um red flag para os grandes bancos, que precisaram adaptar suas estruturas enormes e pouco especializadas.

Trouxeram também a possibilidade de transformar e potencializar a atividade das empresas com o conceito da “fintechização” e hoje é muito mais fácil gerar a receita transacional.

Essas mudanças tendem a se intensificar com a concretização do open banking, que está fazendo com que as instituições se adaptem para um compartilhamento facilitado de dados dos clientes e possível melhora na oferta de produtos e serviços.

Para trazer também um pouco de vida real à discussão, na última semana tivemos a oportunidade de estar em mais um dos encontros do Startup SC, projeto promovido pelo Sebrae, na figura de Alexandre Souza, que há 10 anos impulsiona o empreendedorismo de tecnologia e inovação no estado. 

No querido Centro de Inovação Blumenau, com casa cheia, a conversa foi justamente com duas fintechs da região. A Atar, de Timbó, representada pelo CEO, Orlando Purim Junior, e a PagueVeloz, de Blumenau, com Nilton Spengler Neto, diretor de operações da empresa e colega de coluna aqui no Economia SC

Essas empresas nasceram com o propósito de trazer agilidade para a vida das pessoas, mas também para instituir que o mercado financeiro pode ser sim menos burocrático e complexo. Ambas já tiveram seus exits e foram compradas por dois gigantes do mercado. A primeira pela Porto Seguro e a segunda pelo Serasa, respectivamente.

Vale acrescentar que dali de Blumenau, seguimos viagem para Itajaí e Brusque com a missão de incentivar mais empreendedores a desenvolverem suas startups e ensinar investidores a olharem esses negócios como parte da diversificação de seus investimentos.

Fomos muito bem acolhidos por Jones Augusto Boeck, diretor de projetos e inovação da startup BlueTech Liquid e voluntário junto à comunidade de startups Costa Valley

Ele nos apresentou aos atores da Associação Comercial de Itajaí e na sequência o Whizzo Coworking. Aliás, esse lugar em Brusque é sensacional! Em antigas instalações industriais da cidade, todo o lugar está sendo reformado e congrega com maestria a arquitetura antiga com a tecnologia e inovação atuais. Um lugar inspirador!

E voltando às fintechs, reforço um ponto importante, estamos vendo cada vez mais que este nicho, não necessariamente nasce, cresce e concretiza seus exists em São Paulo, mais precisamente na Faria Lima

Outras histórias de muito sucesso já foram expostas e comprovadas. Isso justamente é o que a Nathalia Braulio, co-fundadora na Openbox.ai, afirma e com propriedade sobre os cases da nossa região:

A Cashway, por exemplo, escolheu Florianópolis para ser a sede da sua empresa, devido à capital catarinense ser umas das cidades referência mundial em empresas de tecnologia.

De acordo com a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), atualmente existem mais de 900 empresas de tecnologia somente na ilha. Juntas, faturam mais de R$ 5,4 bilhões ao ano. 

Para Felipe Santiago, CEO da Cashway e também colunista aqui do portal, a empresa está estrategicamente instalada em uma região onde existem as melhores parcerias e os mais qualificados profissionais do mercado para atender o segmento.

O maior propósito da fintech é democratizar os serviços financeiros, pois, a CashWay é uma BaaS (Banking as a Service) em uma única suíte de produtos e que oferece Banking White Label e também Core Banking, o que atende às mais diversas necessidades das instituições financeiras.

No final do ano passado, a empresa recebeu uma rodada de R$ 5 milhões liderada pela Invisto e que contou com co-investimento da Sinqia.

A startup está transacionando uma média de R$ 36 milhões por mês em transações de pagamento, sem incluir as transações por PIX, TED e operações de crédito. 

O potencial do mercado para este ano é de cerca de 359 instituições financeiras, dentre elas, cooperativas de crédito, SCFI e SCD, as quais podem ser atendidas pelas soluções financeiras de várias startups do mercado. Além disso, também podem atender ainda mais fintechs, que trata-se de um público que aumenta a cada dia com a transformação digital do mercado financeiro. 

O potencial de Santa Catarina tem cada vez mais revelado grandes nomes e deals no mercado de inovação e, esse cenário vem se consolidando.

Hoje podemos enumerar grandes exists, o que demonstra que a região não apenas gera grandes empreendedores, mas também consegue atuar na ponta que gera a liquidez desses investimentos.

Mesmo no badalado mercado das fintechs, o estado desponta no ranking, mesmo sem Anitta como garota propaganda!

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Investidora com mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro e head de relações com investidores da Invisto

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