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Como avaliar o cenário atual da sua infraestrutura pensando em resultados

Foto: Andrew Derr/AdobeStock

São inúmeros os pontos em que já mudamos nossa forma de agir e de viver. O que há pouco tempo era considerado mito ou tabu, hoje faz parte da nossa rotina e, possivelmente, já causou um impacto positivo em nossa qualidade de vida.

Exemplos simples podem ser a compra de vestuário por meio de e-commerce, o pedido de um delivery por um aplicativo no celular (e não por  uma ligação), chegando ao armazenamento e computação em nuvem ou ao trabalho híbrido com acesso remoto às informações e dados das empresas. Estas mudanças ocorreram por um motivo simples, mas muito importante: o alinhamento entre os recursos de tecnologia e as áreas de negócios.

Em artigo anterior, apresentei a informação de que 67% das empresas globais aceleraram sua transformação por meio de tecnologia. Porém, um outro estudo feito pelo F5 Business Growth aponta que apenas 37% dos executivos consideram-se aptos a liderar ou participar de tal transformação. Como mudar esse cenário é a pergunta que vale ouro neste contexto.

Pensando em computação em nuvem, o modelo de negócios é pauta da transformação para 59% das empresas entrevistadas, sendo que IoT ou internet das coisas ocupa 39% e cibersegurança, 31%. Indústrias, distribuidores, varejistas, construtoras ou até mesmo o artesão, o fato é que não importa o segmento. No cenário atual, toda empresa é um negócio tecnológico, então, ter tecnologia como seu aliado é essencial.

Você sabe como avaliar o cenário da sua infraestrutura de tecnologia e participar ativamente da transformação digital em seu negócio?

Para quem não é de formação ligada a tecnologia ou não é autodidata, entender as camadas e unir as conversas com o que é melhor para o negócio pode parecer algo impossível. A boa notícia é que não é, ou melhor, não precisa ser.

Vamos para a prática, começando pela avaliação da rede: o OSI, que significa Interconexão de Sistemas Abertos, demonstra que um ambiente de redes de tecnologia é empilhado em camadas. O importante para uma boa tomada de decisão é compreender o que é cada camada de rede, o que elas permitem e como cada uma impacta em nosso uso diário de sistemas operacionais, por exemplo nosso e-mail.

Vários artigos explicam essas camadas, mas minha missão aqui é de compartilhar um ponto de vista simples: como os processos que existem por trás do que enxergamos quando abrimos um e-mail ou sistema de gestão impactam nos resultados de negócio. Para isso, explicarei como eu entendo.

De aplicativos no celular a sites no computador, passando pelo sistema financeiro da sua empresa, planilhas ou ferramentas de relatórios, softwares fazem parte de nossas vidas. Mas o que costumamos enxergar (apesar de não parecer) é apenas uma representação gráfica que existe para proporcionar uma experiência mais agradável para nós, usuários comuns. Essa camada é classificada pelo OSI como Camada 7, ou Camada de Aplicação.

As sete camadas do modelo de Interconexão de Sistemas Abertos

Imagine que você está enviando informações para a compra de matéria-prima através de um sistema, como o SAP. Para que essas informações sejam transferidas do seu terminal para os demais colaboradores da equipe e legíveis para eles, os dados devem percorrer as sete camadas do modelo OSI em ordem decrescente a partir do dispositivo que está enviando as informações e, em seguida, percorrer as sete camadas na ordem crescente do outro lado.

Na prática, o sistema passa seus dados para uma camada de aplicação, que seleciona um protocolo e, depois, passa os dados para a camada de apresentação. A partir daí, os dados são compactados e chegam à camada de sessão e, depois, à camada de transporte do remetente, onde são segmentados. Esses segmentos são divididos em pacotes na camada de rede e os pacotes, por sua vez, são divididos em quadros na camada de enlace de dados. A seguir, os quadros são entregues à camada física, que converte os dados em um fluxo de bits e os envia por meio de uma mídia física.

Nesse fluxo de bits, assim que o computador de outro usuário com permissão de acesso aos dados enviados pelo remetente recebe via rede, o processo acima acontece em ordem inversa até que os bits se transformem em informações legíveis na interface do usuário. 

Como cada camada impacta na experiência do usuário?

Então, o que importa na camada 7? Basta pensar em si mesmo como um usuário comum de um aplicativo. O que é um bom sistema para você? O que te traz uma boa impressão ao abrir um portal na internet ou aplicativo no celular a ponto de querer se tornar cliente daquele serviço? É a rapidez ao clicar ou a responsividade? Ou talvez o alinhamento dos elementos na página? Design? Simplicidade?

Ao participar de uma tomada de decisão sobre investir ou não em um software, perguntas simples como essas podem ajudar na avaliação e na escolha do caminho. Isso porque cada camada interage com um aspecto que pode influenciar na percepção dos usuários do seu site, aplicativo ou solução.

Mais um exemplo: quando lemos um texto, preenchemos um formulário ou selecionamos opções em uma tela, a interface irá interagir com uma camada abaixo dela (de apresentação) para enviar e receber dados. 

Para resumir, podemos entender as camadas de 4 a 2 como sendo os meios físicos de rede, que, entre outros, contam com conexão física por fibra óptica, firewall, switch, roteadores, servidores e as estações de trabalho que usamos. A camada de apresentação funciona como um operador que prepara (codifica) e entrega para a camada 5, de sessão, que inicia todo o processo de comunicação.

Então, para avaliar a qualidade ou definir se há necessidade de investimento em equipamentos ou serviços nestas camadas, vale a pena fazer perguntas, como: a velocidade desta rede atende a demanda dos usuários? Ou compromete a eficiência por demorar na transmissão da informação? Quão seguro é o tráfego que transita nesta rede? Os sistemas e hardware responsáveis pela transmissão de dados possuem suporte? Estão sendo mantidos atualizados os sistemas operacionais?

Já a camada 1 pode ser resumida no dispositivo onde os dados serão realmente processados e armazenados, ou seja, servidores e storage. Assim como as camadas que compõem a rede, essa camada demanda estar em contínua vigilância, tendo perguntas como: qual a garantia de disponibilidade da infraestrutura? Quantos servidores podem ficar inoperantes sem impactar os sistemas e serviços? Há suporte? Estão sendo mantidos atualizados? Possuem antivírus?

Nós também somos usuários. Percebemos a eficiência de uma rede por meio da velocidade como navegamos em sites, sistemas, ou cumprimos tarefas como assistir a um treinamento ou montamos um relatório. Tudo isso é muito intuitivo para nós, o grande diferencial para você, enquanto administrador ou conselheiro, é entender o que permite aprimorar esses fatores.

Tenho um time de tecnologia. Realmente devo me preocupar com a infraestrutura?

Na prática, entender como tudo isso funciona permitirá avaliar o nível de confiabilidade da sua infraestrutura e o ajudará a viabilizar a tomada de decisões conscientes que podem fazer a diferença quanto a continuidade das operações. Estes foram apenas alguns exemplos do que é necessário pensar com base na avaliação da infraestrutura, pensando apenas na camada de rede, ainda temos compute, storage e muitas outras fatias para explorar, sempre com foco em obter resultados cada vez melhores.

E como você, administrador ou conselheiro pode fazer a diferença nessa avaliação de infraestrutura? Basta continuar consumindo conteúdo sobre tecnologia, buscar apoio de especialistas sempre que julgar necessário e se manter atualizado com as tendências de mercado. Lembre-se: na era do digital-first, toda empresa é um negócio tecnológico.

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Diretor na Infra.Data | Infracommerce IFCM3, conselheiro de negócios e produtos com foco em receita recorrente e investidor anjo com foco em pessoas e negócios reais.

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