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Transformação digital e a democratização do setor financeiro

Foto: Tanya Selez/AdobeStock

A tecnologia é parte imprescindível do nosso cotidiano. Basta pensar em como o smartphone se tornou o principal instrumento para o uso dos mais variados serviços. Hoje, as transformações digitais moldam e conduzem a relação entre empresas, instituições e consumidores. No setor financeiro essas mudanças são ainda mais claras. Todos nós sabemos disso como clientes, para se dar conta, é só fazer um PIX. No entanto, as mudanças antes passaram pelo lado dos prestadores de serviços e do próprio mercado.

Como as empresas que oferecem serviços financeiros se adequam aos movimentos atuais e se mantêm atualizadas? Os consumidores prezam por agilidade, produtividade e resultados mais precisos. É necessário embarcar com os dois pés na transformação digital, que coloca a tecnologia no centro da organização. Para isso, contar com ferramentas e metodologias que viabilizem a digitalização da empresa, e que utilizem coleta e análise de dados, é essencial. Além disso, atentar para a segurança é outro ponto relevante: trabalhar com dados é uma área sensível, portanto é importante que a solução utilizada garanta que todo esse processo esteja alinhado com a regulamentação.

Mas o que realmente diferencia uma empresa em meio à transformação digital é a maneira como ela encara esse movimento. Aderir às tecnologias não precisa ser visto apenas como obrigação. É muito mais do que isso. Além de levar seu desempenho a outro patamar, a empresa que digitaliza se abre a um mundo de novas oportunidades. Oportunidades que agregam valor e geram serviços de qualidade inestimável. Elas têm aparecido no mercado financeiro: basta ver o impacto que novas instituições estão causando nos últimos tempos. Graças às mudanças, o setor está se mostrando mais e mais promissor.

O que temos em vista é a consolidação das transformações digitais como algo que torna o setor mais democrático, tanto para investidores, quanto para clientes. 

Mais players operando com menos recursos 

A tecnologia aumenta a produtividade e, por consequência, a lucratividade das instituições financeiras. Mas, mais do que isso, ela reduz os custos de operação dos serviços. Ou seja: ao que tudo indica, será cada vez mais fácil investir nesse mercado sem precisar de uma quantidade exorbitante de recursos. Mais players terão a chance de conseguir retorno financeiro com investimentos suficientes para a oferta de serviços digitais. A criação de um aplicativo e a manutenção de seu funcionamento, por exemplo, são serviços que podem ser terceirizados. Contratar uma empresa especializada é um caminho que não demanda todo o custo de logística que uma estrutura própria demandaria. 

Cliente como dono dos dados 

Grande causa da transformação do mercado é o Open Banking, viabilizado justamente pela tecnologia. Com as modernizações, o Banco Central traçou um plano para que finalmente os dados bancários se tornem posse total dos próprios clientes e não das instituições. Isso permite, por exemplo, que o usuário centralize todos os seus dados de contas correntes em um aplicativo só, o que incentiva movimentações financeiras entre diferentes agentes. Assim, tanto os clientes, quanto as instituições se beneficiam. O Open Banking abre espaço para que pequenos players se integrem aos costumes financeiros também daqueles que ainda preferem organizações mais tradicionais. Esses não estarão mais presos a um “banco principal” para realizar transações, aplicar investimentos e até mesmo pedir empréstimos. 

Parcerias mais inusitadas e frequentes 

Essas possibilidades proporcionadas por iniciativas como o Open Banking e o PIX colocam os players em posição de igual para igual, o que pode despertar o interesse por parcerias de instituições de portes e até propostas distintas. Está cada vez mais comum a parceria entre bancos tradicionais e novas organizações, em uma troca de interesses. Os bancos aprendem muito com as novas instituições, baseadas na tecnologia. Essas, são impulsionadas pelo reconhecimento que uma organização já conhecida pode ajudar a alcançar. 

No Brasil, as últimas transformações digitais estão acontecendo em uma época de instabilidade econômica, que demanda alternativas para que as pessoas possam continuar empreendendo, consumindo e vivendo. Atuar no setor financeiro de forma humana e sustentável nunca foi tão importante: a sociedade precisa disso. Através da digitalização, oferecer serviços financeiros que causem diferenças positivas. Mais do que nunca, essas diferenças são procuradas e reconhecidas pelos consumidores. 

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fundador e CBO da CashWay.

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