Quando pensamos em venture capital, o primeiro ecossistema que nos vem à mente é sem dúvida o Vale do Silício, essa região localizada na parte sul de São Francisco, na Califórnia. Um lugar conhecido como o berço das maiores empresas de tecnologia do mundo.
Trata-se de um verdadeiro polo que tem como objetivo gerar e incentivar a inovação em sua essência: criar algo novo, introduzir novidades, renovar, recriar.
Mas será que a região é o coração do venture capital ou existem outras pelo mundo? Se não tivéssemos a identificação geográfica, poderíamos atribuir o mesmo propósito para outras regiões?
Para compartilhar comigo o racional deste artigo, convidei a Camilla Telles, head de expansão da Captable, que é uma plataforma para distribuição de ofertas públicas reguladas pela CVM através do equity crowdfunding, e tem Paulo Deitos como cofundador, sem dúvidas uma das figuras que mais entendem deste mercado no Brasil.
No último mês, a CVM flexibilizou as regras para este mercado. Através da resolução 88, o limite de captação nesta modalidade passou de R$ 5 milhões para R$ 15 milhões e entra em vigor no dia 1 de julho.
As novas regras ampliam também o patamar de receita bruta que define empresas de pequeno porte de R$ 10 milhões para R$ 40 milhões.
As formas de divulgação da oferta pública também foram ampliadas e, assim, será permitido a divulgação e promoção da oferta em veículos de comunicação e mídia social.
Camilla hoje também é idealizadora do Grupo EUCONECTO, que tem o objetivo de reunir mulheres com espírito empreendedor, com diversas especialidades, C-levels e CEOs que juntas contribuem umas com as outras para impulsionar, desenvolver e gerar negócios.
Desde o mês de março ela está vivendo uma experiência em Nova York e no Vale do Silício. De lá, trocamos figurinha sobre o que tem vivido e é interessante perceber a comparação com o que temos aqui, no nosso ecossistema local. Abaixo, deixo o depoimento dela:
No novo mercado brasileiro, temos um horizonte de possibilidades ainda inexploradas quando o assunto é startups, venture capital e investimentos nesse segmento.
Um estudo publicado recentemente pela equipe da XP Asset, revelou que o valor de mercado das empresas de tecnologia em relação ao PIB nos EUA é de 63,2%, na China é de 14,4% e no Brasil 4,1%. Isso demonstra a penetração deste tipo de companhia em função do potencial de mercado de cada país.
Não precisamos imaginar que o Brasil vai chegar ao mesmo nível do EUA, mas certamente existe um patamar intermediário que já faria um grande impacto por aqui.
Para concluir a contribuição de hoje na coluna, reitero o que Camilla descreve acima, a “aceitação do erro”, uma percepção importante quando se trabalha com inovação e desenvolvimento de novas tecnologias.
Testar, ajustar, recomeçar, estar aberto a ouvir conselheiros, mentores e investidores de forma a desenvolver uma ideia que pode ser uma grande empresa. Poder errar é libertador e abre possibilidades grandiosas, sem medo, limites ou padrões.