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O que considerar na hora de escolher a solução mais aderente ao cenário do seu negócio?  

Foto: .shock/AdobeStock

Quem é de negócios, principalmente da área de vendas, sabe que algo muito comum em uma negociação é a dificuldade enfrentada pelo cliente em comparar soluções de diferentes fornecedores.

Entre vários motivos, isso também acontece por uma razão simples: cada fornecedor tem seu escopo, envelopa, precifica e comercializa seus produtos de uma forma própria.

E o desafio de quem está comprando é: como avaliar e decidir sobre qual solução adotar? É sobre isso que vou falar neste artigo e espero agregar uma visão que funcione para você.

Algo que tenho participado com frequência, em empresas tradicionais, é sobre a definição de adotar ou não computação em nuvem. Isso porque a equipe de TI geralmente lida com uma questão: mas se comprarmos equipamentos, não será mais barato?

Citei em especial empresas tradicionais, como indústrias, escritórios, serviços, pois quando pensamos em startups ou empresas que nasceram sendo TI, a visão já é oposta.

Na prática, estas são chamadas cloud first e o exercício é a comparação entre provedores de nuvem, para encontrar o melhor custo benefício, não entre modelos distintos de computação.

Então, vamos nos concentrar nas empresas tradicionais para desenvolver o racional. O exemplo dado consiste em ao invés de substituir servidores locais, mover as aplicações para a nuvem, neste caso, estamos nos referindo a infraestrutura.

Mas a dúvida também é aplicável a softwares e plataformas, que cada vez mais têm sido oferecidos como serviço em nuvem, como por exemplo serviço de e-mails, file server, entre outros.

Falando sobre infraestrutura, que é responsável por suportar todas as aplicações, o dilema da comparação acontece porque a distância entre o que a nuvem oferece versus o que usualmente há em data centers internos é imensa. Um exemplo que podemos considerar é o quesito segurança, incluindo a camada física. 

A maioria das empresas ou conjunto empresarial possui um controle de acesso (catracas e cadastro de visitantes), porém, poucas avançam para novos níveis, por exemplo, delimitam o nível de permissão (ex: joão acessa sala X fernando acessa sala y), tampouco há barreiras resistentes a investidas de acesso usando força. 

Câmeras quase sempre existem, mas as imagens ou repositório ficam em storage no data center interno, ou seja, se ele for violado, as imagens possivelmente também serão, sendo assim, o sistema de monitoramento em vídeo, que é uma ferramenta de segurança, terá falhado.

Estes mesmo sistemas (controle de acesso e segurança física do dado) num ambiente em nuvem, será suportado pelos padrões da ISO 27001, que define requisitos de segurança estabelecendo padrões globais.

Todos os usuários que acessarem um data center que suporte provedores de nuvem, só conseguirão seguindo integralmente processos, nos quais passam por agendamento, identificação, nível de acesso, controle de entrada e saída. 

Já a camada de câmeras, são armazenadas em ala blindada, com acesso totalmente restrito. Enquanto o acesso físico aos servidores demandam passar por cinco pontos de controle de acesso, quase todos com portas blindadas e clausurada.

Pensando no armazenamento de dados em si, soluções de armazenamento local sempre são melhoradas, porém, quase sempre empresas optam por soluções com bom custo benefício, mas que sua implementação ou manutenção podem comprometer sua integridade.

Quem já viveu indisponibilidade por queima de storage ou contou com um backup que não foi possível restaurar? Isso acontece porque falhas existem:  hardwares queimam, mídias falham, sistemas se corrompem, ficam incompatíveis, energia oscila e danifica equipamentos. 

Aqui entram outros padrões que dificultam a comparação entre nuvem e on-premise. O UPTime Institute determina níveis de disponibilidade e define um padrão para sistemas de energia, conectividade e de refrigeração.

Um ambiente com certificação TIER III consegue atestar que possui redundância, sendo possível garantir 99,982% de disponibilidade. Para que isso seja possível, todos os sistemas são construídos e mantidos em arquitetura N+1. 

Na prática, sempre haverá um sistema funcionando, permitindo que manutenções, reparos ou problemas sejam resolvidos, sem afetar a disponibilidade dos serviços. Entrada de energia, geradores, no break, banco de baterias, ar condicionados, sensores, links, switch, tudo em redundância para garantir disponibilidade.

Na camada lógica, a hiperconvergência e clusters com hardwares são dimensionados para suportarem a carga mesmo que falhe, garantindo a alta disponibilidade para servidores virtuais, rede, volumes de storage, entre outros. A hiperconvergência sobre uma arquitetura N+N permite que qualquer um dos hosts assuma a carga de qualquer outro host que falhe no ambiente.

O que acontece é que em um ambiente de nuvem todos os sistemas são projetados, implementados e mantidos para serem contra falhas ou para que seja possível operar caso algo aconteça.

Quando uma empresa opta por levar sua infraestrutura para a nuvem ela automaticamente herda todos estes selos, padrões e garantias, porém, não irá despender de milhares de dólares para obter tais garantias, pagando apenas uma fração de acordo com o tamanho do seu ambiente.

O fato é que a comparação torna-se inviável pois quando são feitos orçamentos para manter ou repor uma infraestrutura interna quase nunca são considerados todos estes fatores, tendo o foco apenas no hardware em si, eventualmente, também em licenças.

Outro ponto difícil de comparar é a adaptação à mudança. Ambientes on-premise costumam ser dimensionados com capacidade de hardware para suportar crescimento, porém, cada vez mais são necessárias plataformas, automação, sistemas inteligentes que não foram considerados e limitam atender demandas de negócios.

Novas frentes de vendas, automação, ferramentas de dados, são exemplos de demandas que podem custar muito para serem atendidas quando toda responsabilidade fica com equipe e infraestrutura interna.

Enquanto em nuvem, há uma infinidade de ferramentas pronta para uso imediato, que pode ser testado, implementado e até mesmo adaptado para atender a uma demanda imediata de negócio. 

Estas ferramentas existem pois o provedor investiu ao longo do tempo em conhecimento e equipe para construí-las.

Novamente, ao aderir a estas soluções sua empresa economiza todo este montante já investido pelo provedor e terá o mesmo benefício de acessar a uma tecnologia emergente.

Onde fica então o ponto central da análise e decisão?

Na necessidade do seu negócio!

Todos os mecanismos que citei atuam para garantir que os serviços de TI estejam disponíveis e os dados persistentes. Então, a avaliação sobre o orçamento deve iniciar com algumas definições de negócio, como:

Quanto sua empresa sofrerá se precisar ficar com os serviços de TI indisponíveis por:

  • Minutos
  • Horas
  • Dias
  • Semanas

Quanto sua empresa sofrerá se caso perder os dados:

  • Dos últimos dias
  • Dos últimos minutos
  • Das últimas horas
  • Das últimas semanas
  • Ou de tudo

Podemos usar uma escala de 0 a 5 para definir o nível de “sofrimento” que a empresa terá em cada cenário e com isso avaliar a prioridade de foco, sendo zero para nenhum e cinco para muito.

Uma empresa que não tolera ficar com serviços indisponíveis por minutos, deve procurar uma infraestrutura que seja capaz de garantir tal requisito, sendo a nuvem um caminho recomendado.

Já uma empresa que tolera ficar com serviços de TI fora por horas ou dias, mas que não tolera perder as últimas horas de dados, pode pensar em uma topologia híbrida tendo as aplicações rodando em casa e uma cópia de segurança em um ambiente em nuvem.

Essa arquitetura garantirá um investimento pequeno e um acesso a todos os benefícios providos pelas características essenciais da nuvem.

Também é necessário considerar limitações de cenário onde a empresa está inserida, por exemplo: regiões com limitação de oferta de conectividade e uma operação industrial altamente dependente de disponibilidade e dado o que também pode demandar uma arquitetura híbrida, até mesmo focada em alta disponibilidade. Mas sobre este tema vamos nos aprofundar em um próximo artigo.

Espero ter agregado valor em sua visão sobre gestão de recursos de TI e que esse conteúdo ajude a tomar a melhor decisão na escolha de uma solução em nuvem. 

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Diretor na Infra.Data | Infracommerce IFCM3, conselheiro de negócios e produtos com foco em receita recorrente e investidor anjo com foco em pessoas e negócios reais.

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