Como empreender em meio a um cenário político turbulento?

Se eu puder dar apenas uma dica a quem deseja empreender este ano, essa dica não vai dizer respeito a tecnologia, gestão, ou mesmo franquias.

Minha sugestão é simples: o empreendedor não pode perder tempo e energia se preocupando com o cenário político do país e do mundo.

Em doze anos de empreendedorismo, aprendi que o que realmente traz resultados consistentes para as empresas é, em um termo bem popular, “baixar a cabeça e fazer o seu”.

E acho que esse conselho é ainda mais válido no caso dos pequenos e médios empreendedores, que pouco, ou nada, podem fazer para influenciar o cenário macro.

Claro, não estou dizendo que o panorama geral não influencie os negócios de todos, dos grandes ao microempreendedores: uma boa economia, afinal de contas, anda de mãos dadas com cenários políticos estáveis, que permitem a empresários e consumidores planejar a longo prazo com mais segurança.

Estabilidade, porém, é algo que, globalmente, temos visto pouco nos últimos anos: pandemia, polarização política e mesmo guerras vêm bagunçando a situação política em boa parte dos países do ano de 2020 para cá.

Em momentos turbulentos, é comum que alguns empreendedores percam o foco, tomando decisões precipitadas ou mesmo se desesperando frente às incertezas.

O que eu quero enfatizar é que ansiedade e preocupação não vão melhorar a situação global,mas podem, isso sim, ser catastróficos para o futuro das empresas fundadas ou geridas por esses empreendedores.

Pense em todos os planejamentos e decisões que ocupam a cabeça e a agenda dos empreendedores no dia a dia: administração, gestão financeira, governança, marketing, atração e retenção de talentos, desenvolvimento de novos produtos, estratégias de longo prazo, além dos novos desafios propostos por mudanças de comportamento ou mesmo possibilitados por novas tecnologias.

É difícil que o empresário consiga se concentrar nessas demandas mais práticas, e que impactam diretamente os resultados da organização, caso esteja preocupado com previsões (que podem sequer vir a se concretizar) motivadas por incertezas ou polarizações no cenário político, sem contar que, caso se deixe levar pelo desespero, o empreendedor se coloca em um constante estado de desgaste mental e emocional.

A Yungas não é minha primeira experiência no mundo do empreendedorismo: foram duas jornadas até conseguir escalar um modelo de negócios com a Axado, startup líder em tecnologia logística para ecommerce, que em 2016 foi vendida para o Mercado Livre.

Minha história, assim como as de outros empreendedores que acompanhei ao longo dos anos, me ensinaram que o foco nas estratégias e metas da empresa é o que mais traz resultados concretos e mensuráveis no curto e longo prazos.

No Brasil, os desafios para empreender sempre existiram, sempre foram muitos, e infelizmente não vão desaparecer tão cedo.

Mas ter visão de longo prazo, objetivos claros, e planos que possibilitem a conquista dessas metas continua sendo a receita para ter sucesso no mundo dos empreendimentos, independente do cenário político nacional.

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