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Facisc divulga análise do ano e prevê um 2021 com efeito ressaca

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Em uma live nesta semana, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) fez uma análise sobre a economia este ano e as perspectivas 2021.

Apresentado pelos presidentes da entidade, Jonny Zulauf, que entrega a presidência agora no final do ano, e Sérgio Rodrigues Alves, que assume em janeiro, o evento trouxe uma série de informações sobre como se portou a economia neste ano desafiador.

“Com a chegada do coronavírus tivemos uma quebra de paradigma: antes falávamos em como lucrar ou crescer mais, e com a pandemia, o pensamento é como sobreviver”, explicou Leonardo Alonso Rodrigues, economista da federação.

Ele criou uma explicação voltada para quatro efeitos e que detalha de forma clara o cenário atual.

A realidade vivida neste momento é a do efeito anestesia tanto na área da economia, quanto na área da saúde, onde existe uma expectativa por soluções reais e ambiente de tensões.

“Enquanto na saúde vemos números de mortes e casos aumentarem, esperamos pela vacina e remédios eficazes, na economia, tínhamos previsões catastróficas, alta no desemprego e índices alarmantes, e vemos que as tendências não se confirmaram”, destaca o economista.

Além disso, as medidas econômicas tomadas ajudaram a atenuar essas previsões.

Com isso, o desemprego não caiu aos patamares previstos. O varejo também teve uma queda muito grande, mas também teve uma recuperação muito acentuada.

“Isso se deve ao modelo de recuperação via estímulos artificiais. Como exemplo, a MP 936 que só em SC teve cerca de 800 mil acordos que ajudaram a atenuar os efeitos negativos”, frisa.

O segundo efeito detalhado pelo economista é o efeito estoque, onde boa parte da indústria e comércio aumentaram seus estoques a níveis recorde:

“No início as produções foram paradas e houve um aumento. Logo depois estes estoques começaram a ser liberados e hoje vemos inclusive escassez e alta de preços em alguns segmentos”.

Já o terceiro efeito citado foi o de incertezas, onde todas as expectativas foram afetadas:

“Perguntas como: para onde vai a economia? Até quando dura a pandemia? E como será a recuperação? Em V ou em W? ainda não têm respostas. Tudo que se falar é especulação, porque assim como o vírus, ainda não temos muitas respostas. Temos que pensar agora como será a economia em 2021 sem os efeitos da MP 936, por exemplo, que resguardou quase 10 milhões de empregos”.

RETROSPECTIVA 2020

  • Fevereiro e março: chega o coronavírus no Brasil.
  • Abril a junho: primeiros choques econômicos e início de medidas.
  • Junho a novembro: recuperação econômica mais acelerada.
  • Novembro e dezembro: debate sobre continuidade das medidas econômicas e avanço das soluções via vacinas.

EFEITO RESSACA

Para o ano que vem, o efeito previsto pela área de economia e estatística é o Efeito Ressaca.

“Para 2021, a grande pergunta, será haverá o efeito ressaca. Teremos a continuidade das medidas? Entre os fatos está que o Brasil é o país emergente que mais gastou com medidas econômicas na pandemia e que tem uma das maiores dívidas públicas. Após acabar a pandemia temos que pensar como acordará o mundo após os efeitos anestésicos”, reflete o economista.

Entre os desafios estão endividamento elevado tanto do setor público quanto das empresas:

“Muitas empresas tomaram crédito e agora os parcelamentos começam a vencer após a carência. Além disso, a recuperação indefinida, a instabilidade política e a definição da vacina”.

E como toda a crise, esta também vai deixar oportunidades. Dentro da raiz do problema da crise do coronavírus, viu-se crescer a crise de saúde, que abriu portas para fornecedores e empresas da área.

Os novos padrões sanitários também fizeram surgir novos negócios e serviços.

Oportunidades derivadas do novo momento, onde e o que o consumidor está/estava fazendo durante todo este período.

Dentro dos segmentos tradicionais, como o agronegócio, o setor de alimentos e construção civil (imobiliário e infraestrutura) cresceram no período da pandemia.

O segundo vice-presidente da entidade, Carlos Fornazza, que assume a pasta de assuntos econômicos na próxima gestão, falou que a retomada foi surpreendente:

“Mas sabemos que não se sustenta, principalmente neste ritmo que estamos. Houve um investimento nas casas, e sabemos que temos uma demanda represada na área de turismo”.

Sergio Rodrigues, que assume a presidência da entidade no próximo ano, também falou de tendências para 2021, e explicou que a pandemia não criou tendências, ela acelerou tendências que já existiam. Entre elas novos modelos de negócios como a economia compartilhada, e-commerce, economia criativa e coworking, oferta de serviços e produtos dentro de redes formatadas dentro do segmento.

Por outro lado da demanda, boa parte das vendas já estão dentro do novo modelo de negócios. A economia comportamental (comportamento humano, mente, decisões ), economia da transformação digital (tecnologia, inovação, internet das coisas, big data, Inteligência Artificial, , economia sustentável e economia da saúde e bem estar.

“O mercado tradicional continua, está em curso, mas precisamos ser protagonistas, buscar novos horizontes dentro dos novos fenômenos acelerados pela pandemia”, esclareceu.

CERTEZAS

Dentro do cenário atual e com as perspectivas para 2021, Leonardo explicou que se tem três certezas:

“Estamos no começo do fim e vivendo um cenário desafiador, não será fácil e isso tudo vai passar. Assim como em todas as crises da história teremos um fim”.

Sérgio concluiu a análise dizendo que como que em todas as crises é preciso tirar aprendizados. Para ele desta serão o prazo, a solução e a lição:

“Sabemos que a solução está na vacina e o prazo está intimamente ligado a ela. A lição que levamos é em relação à solidariedade e em segundo que temos que estar sempre focados e preparados para os imprevistos. Nossa economia tem muito a crescer e o Brasil é um país de grande oportunidades”.

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