Após estes últimos 2 anos extremamente desafiadores por causa da pandemia, desafios globais e regionais além de mudanças econômicas importantes, quantas vezes nós ouvimos a frase: 2022 será um ano de crise, difícil e cheio de incertezas.
Certamente dezenas ou centenas de vezes. Não é para menos! Se ficarmos o dia inteiro ouvindo os noticiários, lendo os blogs de política e sites econômicos, realmente o nosso nível de incerteza aumenta muito.
No último artigo do ano, a parceria no tema de hoje é com Marcelo Amorim, managing partner da Invisto. Ele é paulista, mas cedemos a ele o direito de ser manezinho também, dado que mora há muitos anos na ilha. É também investidor anjo e participou da fundação do grupo Anjos do Brasil e também é membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Atualmente, Marcelo é membro do Conselho de Administração das empresas Knewin, HeroSpark, PhoneTrack e MobLee.
Empreendedor por natureza, ele cria empresas desde 1995, tendo fundado quatro empresas de tecnologia, que foram adquiridas por corporações do Estados Unidos e fundos de capital de risco. Sentar ao lado dele diariamente é um privilégio, isso nos permite discutir sobre temas diversos que agregam demais em aprendizado e desempenho.
Diante disso e buscando focar na metade cheia do copo, colocamos o tema de hoje na mesa. Na maioria das vezes um cenário de crise oferece também um cenário de oportunidades, e é normal que surjam questões de como nos posicionar neste cenário? Como mitigar os riscos de um ano desafiador e ao mesmo aproveitar as oportunidades que um país em desenvolvimento oferece?
Em uma reflexão simples, trazida por ele, e sem grande elaboração acadêmica, sabemos que no capitalismo as crises são cíclicas e geralmente seguem um padrão muito semelhante. Grande parte das transformações relevantes para a humanidade aconteceram após ou durante períodos de crise onde a necessidade foi “a mãe” da invenção e da criatividade.
Em especial no caso do Brasil, a capacidade de seguir adiante e voltar a crescer é impressionante, ainda que os nossos desafios como sociedade sejam enormes. Em várias crises anteriores, os prognósticos eram bem catastróficos e em grande parte não foram tão ruins assim. É claro que somos “subdesenvolvidos” em várias áreas. Ainda temos muito para desenvolver e nos tornar um país desenvolvido e igualitário, mas as nossas carências e dificuldades são também imensas oportunidades que estão à nossa frente.
Diante desse cenário desafiador dos próximos anos, Amorim reforça categoricamente que não tem dúvidas que a inovação tecnológica tem um papel fundamental nestas transformações que teremos que executar nos próximos anos em praticamente todas as áreas da sociedade brasileira. Trabalhando lado a lado com inovação e tecnologia, temos um posicionamento privilegiado diante desta afirmação.
Tomemos por exemplo os avanços no uso de tecnologia nestes últimos 02 anos. Por necessidade e por completa impossibilidade de outras alternativas, muitas pessoas que nunca tinham pedido uma refeição por aplicativo, tiveram que fazer. Muitas empresas que nunca tiveram a prática de reuniões virtuais, tiveram que se adaptar para seguir conduzindo suas operações e assim por diante.
Comprovadamente, a tecnologia e a inovação têm um papel fundamental nesta transformação. Basta ver os números de investimentos em startups em 2020 e 2021 para perceber como esta transformação veio para ficar.
Com a experiência que carrega, Marcelo que sempre foi um empreendedor e investidor em inovação e tecnologia, nos últimos 25 anos, presenciou o efeito destas transformações no dia-a-dia das empresas, indivíduos e na melhoria da gestão e da qualidade de vida em geral.
Cabe agora, “combater” as incertezas que são cíclicas investindo ainda mais em tecnologia e inovação porque as demandas do país serão sempre grandes e consequentemente as oportunidades estarão disponíveis na nossa frente para quem tiver o parceiro certo e se movimentar antes dos outros.