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O que as startups podem esperar do mercado de M&A em 2023

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Foto: divulgação.

O ano de 2022 se encaminha para o fim e os números do mercado de fusões de aquisições (conhecido também como M&A, pela sigla em inglês) não vão superar os números de 2021, nem em valor, nem em volume de transações. Mas o contexto não é de todo ruim, longe disso. Vamos entender!

O ano de 2021 foi quente para M&A, quando o Brasil registrou novo recorde com 2.817 transações, influenciado diretamente por uma espécie de ressaca no mercado, pois muitas transações haviam sido postergadas nos anos anteriores, devido ao cenário hostil provocado pela pandemia e seus reflexos na economia.

A foto fica melhor quando comparamos o ano atual com 2019 e 2020. Com base em dados de estudos recentes da Deloitte, KPMG e PwC, as melhores estimativas para este ano apontam que superaremos 2.100 transações, número bem acima de 2019 (1.777 transações) e 2020 (1.829 transações).

Mergulhando mais a fundo nos dados e fazendo um recorte do setor de tecnologia, observamos 807 negócios no primeiro semestre. Nota-se que o setor é (e tem sido nos últimos anos) o principal terreno para M&A e uma tendência para o longo prazo.

Ainda falando do primeiro semestre deste ano, os três setores mais ativos em fusões e aquisições foram tecnologia, financeiro e educação. O mais curioso é que no período em questão, o ano de 2022 vinha apresentando crescimento de 26% no volume de negócios, ritmo que enfraqueceu no segundo semestre.

Para as startups, os ventos são favoráveis, por algumas razões:

Primeiramente, pelo fato de que o setor de tecnologia tem sido o principal protagonista de M&A nos últimos dez anos, segundo o ranking da PwC.

Além disso, as principais motivações para uma empresa comprar outra tem forte ligação com a natureza de negócio das startups.

Dentre os motivos mais citados, destaco aqui a busca por novas tecnologias, aumento do portfólio de produtos e serviços e a entrada em novos mercados.

E o que podemos esperar para 2023?

Tenho acompanhado ativamente o que muitos especialistas têm falado sobre 2023 e a expectativa é unânime para que tenhamos mais transações em relação a 2022.

Muitos negócios foram adiados para o próximo ano por causa do cenário econômico e dos eventos políticos deste ano. Conforme a neblina vai desaparecendo, o ritmo deve voltar a acelerar.

Já no que se refere ao tamanho dos cheques não há muito consenso, pois ainda navegamos em águas turbulentas e pouco previsíveis no cenário macroeconômico. 

Há também uma expectativa pela volta dos IPOs, fator este que deve influenciar positivamente o volume de M&A, pois com mais empresas enchendo o caixa com a abertura de capital, mais dinheiro será direcionado a estratégias de crescimento via aquisições.

Para concluir, quero deixar uma dica a quem está pensando em vender sua startup. Olhe para dentro de casa e dê atenção para a governança. Deixe a contabilidade, o fiscal e o tributário em dia, bem como as relações trabalhistas e jurídicas. 

É hora de corrigir questões que podem atrapalhar uma aproximação com um comprador ali na frente. Arrume seu quintal e aumente as chances de estar pronto para as oportunidades. 

A sorte sempre encontra os mais preparados.

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Empreendedor

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