Vivemos um momento fascinante na evolução dos serviços financeiros, no qual o Open Finance e o Embedded Finance estão moldando o futuro da economia digital. Essas inovações não apenas prometem transformar a forma como interagimos com o dinheiro, mas também redefinem o conceito de transparência e acessibilidade no mercado financeiro. Ao refletir sobre o tema, e nossa discussão recente durante o Conexão Inovafin em Florianópolis, é evidente que estamos à beira de uma verdadeira revolução no setor financeiro.
O Open Finance, com sua proposta de democratizar o acesso aos dados financeiros, permite uma integração mais fluida e personalizada entre diferentes serviços e plataformas. Em um futuro próximo, não será mais necessário lidar com múltiplos aplicativos e instituições para gerenciar nossas finanças. Em vez disso, o Open Finance permitirá que todos os nossos dados financeiros sejam acessados e geridos de maneira centralizada, promovendo uma experiência mais coesa e eficiente. O objetivo é criar um ecossistema onde a ação financeira se torna quase invisível para o usuário, tornando o processo mais intuitivo e menos oneroso.
Imagine, por exemplo, a simplicidade de fazer uma compra em um aplicativo de delivery. O que antes exigia múltiplos passos e confirmações agora pode ser feito com um simples clique. A integração do Open Finance permitirá que qualquer serviço similar acesse as informações necessárias diretamente, eliminando a necessidade de pagamentos complexos ou múltiplas confirmações. Isso não é apenas sobre conveniência – é uma questão de eficiência e segurança. Isso porque todas as transações serão geridas sob um conjunto robusto de normas regulatórias, definidas pelo Banco Central.
O conceito de Embedded Finance, por sua vez, leva essa integração um passo além. Trata-se de incorporar serviços financeiros diretamente dentro de plataformas não financeiras, como aplicativos de e-commerce ou redes sociais. A promessa é que estamos nos aproximando de um momento em que não precisaremos mais carregar cartões de crédito ou qualquer outro meio de pagamento físico. Em vez disso, bastará fornecer um simples identificador, como um CPF, para concluir transações de maneira ágil e segura. Este modelo, que já está em evolução em outros países como China e Austrália, tende a se tornar a norma global, transformando a forma como lidamos com nossas finanças diárias.
Um ponto crucial para líderes de empresas, não somente do setor financeiro, é a necessidade de se atentar a essa nova era digital. À medida que essas inovações se tornam mais prevalentes, é imperativo que as empresas (e os consumidores) se adaptem rapidamente para não ficarem para trás. A concentração de mercado, uma preocupação expressa pelos reguladores, pode ser um desafio se os grandes players do setor dominarem a implementação dessas tecnologias sem uma concorrência saudável. Portanto, é vital que todos os envolvidos, desde bancos até fintechs emergentes, colaborem para garantir um mercado financeiro mais inclusivo e competitivo.
O Open Finance e o Embedded Finance estão abrindo portas para um futuro onde a interação com o dinheiro se torna mais transparente. A transformação está em curso, e o sucesso dessa mudança dependerá de como todos nós navegamos por esse novo contexto. A revolução digital está aqui, e é nossa responsabilidade moldar seu impacto de maneira positiva e inovadora.