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Novos caminhos para a indústria têxtil

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Por Giordana Madeira, diretora executiva do Febratex Group, de Portugal.


O cenário atual nos convida a fazer uma retrospectiva. Busco na memória os anos de 1983 e 1992. Na primeira data, ano em que nasci, uma devastadora enchente atingiu o Vale do Itajaí, causando destruição de cidades e empresas, tirando a vida de muitas pessoas, arruinando sonhos e abalando profundamente a moral dos moradores da região.

Alguns anos depois, em 1992, a FCEM I Febratex Group já realizava a sua terceira feira em Blumenau, na antiga Proeb, hoje Vila Germânica, quando uma nova enchente inundou a cidade de Blumenau. Conforme as águas invadiam o local, os estandes do pavilhão C, hoje setor 3, começavam a boiar, sendo que a marca da água chegou a mais de um metro de altura nas paredes do local. Era o terceiro dia de feira quando isso aconteceu. Imediatamente, o evento foi suspenso e a prioridade passou a ser trabalhar pela recuperação de tudo e de todos.

Ambos os desastres naturais trouxeram consequências negativas para toda a região, tanto no nível social como econômico. No entanto, temos um aspecto comum positivo e relevante nesses casos que merece o nosso reconhecimento. Após a enchente de 1983, mesmo abalados, os moradores conseguiram unir-se num propósito de reerguer a cidade e idealizaram a Oktoberfest até hoje realizada e conhecida mundialmente.

No mesmo sentido, as feiras da FCEM I Febratex Group continuaram a ser realizadas, tornando-se a principal referência quando se trata de evento para a indústria têxtil no Brasil e a 3° maior do mundo.

Agora, pensando no que passamos hoje sobre o coronavírus, que leva vidas e que também traz sofrimento às famílias e desespero aos trabalhadores, isolados e tendo os seus direitos civis tolhidos em favor da preservação da vida, é necessário lembrarmos desses dois casos e refletirmos sobre os caminhos a seguir.

Deixando então de lado as questões políticas brasileiras, trazemos essas experiências vividas para comprovar que a única maneira que as pessoas encontraram para reerguerem-se foi a união, a comunhão do esforço comum, a busca pela harmonia de pensamentos e atitudes, com o único objetivo de mudar o cenário de todos para melhor. Mesmo diante de tantos destroços, lama e prejuízos individuais, a postura foi agir pelo coletivo.

Buscar esses exemplos na história nos faz entender que ainda temos solo fértil para produzirmos e que devemos reagir unidos, pois assim seremos mais fortes. Nesses mais de 30 anos, o mundo e nós evoluímos, pois a cada adversidade política ou econômica que o Brasil passou, nos tornamos mais resilientes e conseguimos entender que crises fazem parte da vida e dos negócios e que podemos, com certeza, passar unidos e fortes por elas. 

Nós, da Febratex, já assumimos inúmeros desafios por esse Brasil afora, desbravando e investindo em todos os polos têxteis do país. Sempre enxergamos potencial nas pessoas e nas regiões que vivem da indústria têxtil, mesmo sabendo que levaria tempo para desenvolvê-los profissionalmente e tecnologicamente e que pudessem vir a serem valorizados aqui e no exterior. Empresários de todo o território brasileiro sabem quanta resiliência e comprometimento são exigidos diariamente na arte de empreender. Todos se veem nessa rotina e isso chamamos de empatia.

Devemos admitir, e com muita gratidão, que a FCEM I Febratex Group cresceu com a indústria têxtil brasileira. Também temos imenso orgulho de sentir que o nosso esforço promoveu toda a cadeia têxtil de Caruaru, Fortaleza, Goiânia, São Paulo e, especialmente, da cidade de Blumenau e do Estado de Santa Catarina, dando visibilidade internacional à indústria têxtil do Brasil. Mas, acreditamos que a nossa indústria pode ir muito mais longe ainda.

A indústria de eventos mudou muito. Consideramos que o valor de uma feira vai muito além do metro quadrado. Nos tornamos agentes geradores de conexões entre pessoas e empresas e isso só foi possível graças à credibilidade construída ao longo de mais de três décadas de trabalho. O mundo abre as portas para a FCEM I Febratex pois conhece a nossa história e acredita no nosso futuro.

Por fim, queremos deixar uma mensagem que faz muito sentido para quem enxerga o Brasil de fora: sejamos diferentes do que vemos na política, vamos parar de brigar entre nós por ideologias, só estamos a perder agindo assim. Enquanto os brasileiros estiverem focados em problematizar a crise e entrar em disputas por interesses individuais e oportunistas, estaremos divididos, a nossa economia estará em segundo plano e a recuperação mais longe de acontecer. E essa postura nos remete aos exemplos já vividos frente às crises e bem-sucedidos.

Da nossa parte, podem confiar que toda a nossa energia e foco estarão nas novas oportunidades e novos caminhos que sempre surgirão para a indústria têxtil brasileira no Brasil e no mundo.

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