A produção de energia por hidrelétricas é uma das maiores potências brasileiras, sendo responsável por 65% da capacidade elétrica instalada no país, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil tem em operação 219 usinas hidrelétricas de grande porte, as UHEs, além de 425 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e 739 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs). Três das usinas no país estão entre as dez maiores do planeta. São elas: Itaipu Binacional, no Paraná, e Belo Monte e Tucuruí, ambas no Pará.
Com isso e por todo o potencial e benefícios que essa fonte de energia limpa e renovável, Marcelo Lima Rodrigues, fundou juntamente com Chatrean Kedrovski, Marco Fernandes, Valter Torresani, Olinto Silveira e Jeancarllo Moschetta, a Eletrify, startup de Blumenau que desenvolve soluções para hidrelétricas de todos os portes.
“A ideia surgiu em 2021 e foi ganhando força ao longo do ano. Com o andamento do desenvolvimento de um dispositivo composto de hardware, software e algoritmos, fundamos, em janeiro do ano passado, a Eletrisa Tech S.A“, lembra Marcelo, que atualmente atua como CEO da startup.
A empresa desenvolve soluções inovadoras para as usinas hidrelétricas, com alto grau de disrupção para um setor sem muita novidade tecnológica em décadas: uma solução envolvendo um conjunto de hardwares, APIs e um algoritmo próprio desenvolvido pela startup, para a ajustes em tempo real do funcionamento do conjunto turbina-gerador, atingindo um grau ótimo de funcionamento, além de uso consciente do recurso hídrico.
“Também temos uma plataforma de soluções para a operação remota de usinas, com inúmeros sensores e APIs para o monitoramento e operação das usinas, dentro dos padrões de operação de cada uma. Essa plataforma proporciona a redução de mão de obra local e dos custos operacionais da usina“, explica.
Um outro produto desenvolvido para atender a recente Resolução 127 conjunta da ANA/ANEEL, que obriga as usinas a informarem a vazão defluente (soma das vazões turbinadas com a vazão sanitária e a vazão vertida).
“Nenhuma outra empresa conseguiu, até o momento, realizar essas medições e a Eletrify apresentou, na VI Conferência Nacional da ABRAPCH, em 29 e 30 de março, sua solução, com medições online e em tempo real, para atender integralmente a resolução das agências reguladoras“, complementa.
Outras soluções inéditas para o setor estão em desenvolvimento: um aplicativo mobile para acompanhamento do desempenho e operação da usina por sócios e acionistas, um aplicativo mobile para operador de usinas, e soluções para piezômetros autônomos para funcionamento em áreas remotas, sem energia e com operação por wifi de alta confiabilidade.
No ano passado, a startup conseguiu importantes captações de investimentos. A soma ultrapassa R$ 1 milhão, investido em P&D e no desenvolvimento de políticas e cultura de propriedade intelectual para o registro de patente em 16 países com matriz hídrica relevante.
Para este ano, a empresa espera atingir a marca de R$ 1,5 milhão em faturamento, além de expandir as operações.
A startup tem sede no Centro de Inovação de Blumenau (CIB) que, além de oferecer a estrutura necessária para o desenvolvimento das soluções, dá a possibilidade de network e parcerias comerciais.
“O CIB e o Instituto Gene nos proporcionam um ambiente vibrante e muito rico para a criação e o desenvolvimento de nossas soluções. Algumas programações estão sendo feitas por empresas parceiras e também residentes no CIB. Sem isso, não teríamos condições de acessar esse tipo de fornecedor. Além disso, o CIB tem nos dado apoio para a divulgação de nossa empresa e nos orientado na geração de conteúdo para a imprensa“, conclui.