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A evolução tecnológica é sobre a evolução da nossa humanidade

Foto: divulgação.

Por Carol Andrade, co-fundadora do Social Good Brasil

Há 10 anos, quando começamos o Social Good Brasil, acompanhamos a emergência dos apps e a penetração do celular em todas as classes sociais. Na época, estava crescendo no Brasil uma democratização do acesso à tecnologia e à internet. 

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios “Acesso à Internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal”, de 2021, aponta que houve um aumento no número de domicílios com internet, chegando a 90% dos lares brasileiros.

Um dos resultados que a internet potencializou são colaborações digitais que nos levaram para um novo patamar de transformação social. São financiamentos coletivos, um novo jornalismo descentralizado, engajamento cidadão, tecnologias inclusivas, entre outras soluções que melhoram as nossas vidas. 

Por outro lado, uma década depois vivemos como nunca uma sociedade da pressa, do cansaço e do desempenho. Somos mais viciados nas telas do que imaginamos, ansiosos por conta de tantas tarefas, alto nível de infoxicação, e uma síndrome de FOMO generalizada (fear of missing out, em inglês, que significa o medo de ficar de fora), além de outros sentimentos destrutivos porque nos comparamos com os outros e que trazem depressão e burnout.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil cerca de 18,6 milhões de pessoas sofrem de ansiedade, o que coloca o país no topo do ranking mundial. Tais casos de ansiedade e depressão cresceram 25% durante a pandemia no panorama global.

Estudos do Institute for The Future, uma das principais referências globais em futurismo, que estará representado no Festival Social Good Brasil 2022 pelo seu diretor Dylan Hendricks, indicam que a tendência da inovação é sobre o amadurecimento no uso das tecnologias que já criamos, ou seja, um convite para usar a tecnologia com mais intencionalidade, autocuidado, educação, bem estar, visão coletiva, segurança, e ética.

Bem estar na era digital passa pelo nosso amadurecimento no uso das tecnologias, por uma reeducação de nós mesmos, de assumirmos nossos vícios nas telas e assumir o controle da nossa atenção, do nosso tempo, e ainda como podemos oferecer isso às crianças, jovens e famílias. E passa pelo autoconhecimento, amor próprio, garantir que o reconhecimento vem de você mesmo e não dos seus seguidores. Então, podemos dizer que tudo isso passa pela saúde mental e emocional.

A tecnologia manifesta quem somos, nossas crenças, nossa cultura. Portanto, o melhor uso da tecnologia passa por melhorar a nossa própria versão, por evoluirmos não para sermos mais perfeitos, mas para sermos mais humanos.

O Festival Social Good Brasil não poderia deixar de debater esse assunto, no painel #ainternetqueagentequer, com convidados incríveis como Daniela Arrais, jornalista e sócio-fundadora da Contente.vc que promove o bem estar digital; André Carvalhal, escritor, consultor e orientador de projetos em marketing, diversidade e inclusão e sustentabilidade, que faz sucesso no Instagram com o perfil @carvalhando, e Genival Souza Filho, professor, advogado e coordenador do Instituto iStart que difunde a cultura e a educação digital de jovens. O painel será neste sábado, às 10h, no SESC Cacupé, em Florianópolis.

O Social Good Brasil, organização com sede em Florianópolis pioneira no uso de tecnologia e dados para um mundo melhor, comemora 10 anos em 2022 e está celebrando no 11ª edição do Festival SGB, que vai até este sábado. Neste ano, o evento foi híbrido e voltou a ter atividades presenciais em Florianópolis.

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